"Estudos anteriores em modelagem computacional mostraram que fazendas eólicas e solares em larga escala podem produzir mudanças climáticas significativas em escalas continentais", comenta o pesquisador Yan Li, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, em comunicado enviado à imprensa.
As usinas eólicas e solares simuladas no estudo abrangeriam uma área de mais de nove milhões de km² e poderiam gerar, em média, três terawatts de energia com os ventos, e 79 terawatts com a radiação do Sol. "Em 2017, a demanda global de energia era de apenas 18 terawatts, então, isso é, obviamente, muito mais energia do que a necessária no mundo todo", diz Yan Li no comunicado.
O modelo computacional descobriu ainda que os parques eólicos causam uma elevação da temperatura do ar próxima da superfície. Com isso, a precipitação também aumentou, em média, 0,25 mm por dia em regiões com instalações de usinas de energia eólica. "Esse aumento na precipitação, por sua vez, leva a um aumento na cobertura vegetal, criando um ciclo de feedback positivo", afirma o pesquisador da Universidade de Illinois.
Ainda conforme a pesquisa, as "fazendas" solares tiveram um efeito positivo semelhante em relação à temperatura e à precipitação.
"Descobrimos que a instalação em larga escala de usinas solares e eólicas pode trazer mais chuva e promover o crescimento da vegetação nessas regiões", comenta a pesquisadora Eugenia Kalnay, da Universidade de Maryland (EUA), co-autora do estudo, no mesmo comunicado à imprensa. "O aumento da precipitação é uma consequência de interações complexas terra-atmosfera que ocorrem porque os painéis solares e as turbinas eólicas criam terrenos mais escuros e duros", completa a cientista..