Segundo Vanessa Araújo, coordenadora do Museu Casa Kubitschek, uma característica marcante da obra de Roberto Burle Marx é justamente a utilização de espécies originárias de países tropicais. "A partir da década de 1930, quando ele elabora seus primeiros projetos, promove uma mudança radical em relação aos jardins tradicionais, que importavam modelos e flora europeias", comenta Vanessa.
No terreno de três mil m², encontram-se canteiros que revelam a diversidade botânica do país cercados por arbustos de médio porte nas laterais que não comprometem a vista da Lagoa da Pampulha. Um lago de forma sinuosa permite a introdução de plantas aquáticas, que produzem um belo contraste vegetacional, e um banco revestido de mosaico acompanha o lago, ajudando a realçar o caráter contemplativo do jardim.
O pátio interno da casa se abre para um canteiro cujo vermelho vibrante se destaca. E acompanhando a elevação do terreno, há um jardim rochoso, valendo-se da vegetação de canga, encontrada nas serras de minério de ferro. A coordenadora chama a atenção, mais uma vez, para o trabalho dedicado de Burle Marx. "Nele observar que o paisagista não só se preocupava em usar espécies de plantas brasileiras, mas também em reproduzir as interações ecológicas que investigava nas suas excursões", afirma Vanessa Araújo.
De acordo com a especialista, por muitos anos as políticas de preservação dedicaram-se basicamente à conservação dos bens edificados.
Serviço:
Museu Casa Kubitschek
Endereço: avenida Otacílio Negrão de Lima 4188, Pampulha, Belo Horizonte/MG
Funcionamento: terça a domingo das 9h às 18h
Informações: (31) 3277-1586 ou ck.fmc@pbh.gov.br
(com assessoria de comunicação da PBH).