O texto define que os cursos de primeiros-socorros sejam ofertados anualmente, tanto para capacitação quanto para reciclagem dos profissionais já gabaritados. O objetivo do treinamento é possibilitar que os professores consigam agir em situações emergenciais enquanto a assistência médica especializada não for proporcionada.
A relatora da proposta, senadora Rose de Freitas (Pode-ES), destaca que a capacitação não deve ser entendida como uma "despesa extra", mas sim, como um investimento relevante no bem-estar "físico e psíquico" dos estudantes.
"A escola tem o papel não somente de ensinar, mas de proteger e guardar nossas crianças", destaca a parlamentar.
De acordo com um levantamento do Ministério da Saúde, datado de 2015, 810 crianças morreram naquele ano vítimas de sufocamento acidental. Desse total, 611 tinham menos de um ano de idade.
Capacitação
O projeto estabelece que os cursos de primeiros-socorros serão ministrados por entidades municipais ou estaduais especializadas em práticas de auxílio imediato e emergencial à população, no caso dos estabelecimentos públicos; e por profissionais habilitados, no caso dos estabelecimentos privados. A certificação dos profissionais deverá ainda ser exposta em local visível nos locais de ensino e recreação.
O conteúdo dos treinamentos será direcionado de acordo com a faixa etária do público atendido.
A quantidade de profissionais capacitados em cada estabelecimento será definida em regulamento e deverá levar em conta a proporção com o tamanho do corpo de funcionários ou com o fluxo de atendimento de crianças e adolescentes.
O descumprimento das normas ocasionará a aplicação de penalidades como notificação e multa. Na ocasião de reincidências, a multa será em dobro e poderá gerar até cassação do alvará de funcionamento ou autorização. Se a escola ou creche for pública, deverá haver a responsabilização patrimonial do agente público.
Homenagem
A senadora Rose de Freitas destaca que, caso seja sancionado e convertido em lei, a proposta receba o nome de Lei Lucas. Será uma homenagem ao garoto Lucas Begalli Zamora, de 10 anos, que morreu em setembro de 2017 ao se engasgar com um lanche durante um passeio escolar. O caso aconteceu em Campinas (SP).
"No local, lamentavelmente, não havia pessoas preparadas para socorrê-lo de forma rápida e adequada", comenta a senadora.
Desde então, Alessandra Zamora, mãe do menino, iniciou um movimento pela obrigatoriedade de as escolas oferecerem cursos de primeiros socorros aos funcionários. Desde março já há uma lei municipal nesse sentido em Campinas.
(com Agência Senado).