O médico esclarece que as principais doenças que acometem a visão no Outono e no Inverno são a conjuntivite viral, a síndrome do olho seco, a alergia, a piora do ceratocone (doença na córnea) e até o desenvolvimento de doenças mais graves, como glaucoma e catarata, devido ao uso indiscriminado de medicamentos.
Conjuntivite
O médico explica que, no frio, a maior proliferação de vírus no ar faz com que as aglomerações em ambientes fechados representem um risco maior para a saúde dos olhos. Isso porque favorece a transmissão da conjuntivite viral. A doença, como mostra o oftalmologista, é uma inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a face interna das pálpebras e a esclera, parte branca do olho. Pode acontecer em qualquer idade e tem como principal meio de transmissão as mãos, o compartilhamento de equipamentos eletrônicos e objetos pessoas. Os principais grupos de risco são os idosos, que têm um sistema imunológico mais frágil, e as crianças, por terem a imunidade ainda em desenvolvimento.
Os sintomas são: pálpebras inchadas, vermelhidão, coceira, ardência, sensação de areia nos olhos, lacrimejamento, secreção transparente e fotofobia (aversão à luz). A dica do médico para diminuir o desconforto visual é usar óculos escuros nas atividades externas. Quando a alteração ocular é acompanhada por febre, manchas na pele, dor periocular, nos músculos e articulações, pode sinalizar dengue, zika ou H1N1.
Queiroz Neto afirma que o tratamento da conjuntivite é feito por meio de compressas geladas, lubrificação intensa e colírios anti-inflamatórios que só devem ser usados com indicação e supervisão médica.
As principais dicas do oftalmologista para prevenir a conjuntivite viral são: lavar as mãos com frequência; evitar locais mal arejados; não levar as mãos aos olhos; não compartilhar colírio, maquiagem, teclados, fronhas e toalhas.
Síndrome do olho seco
Coceira nos olhos, vermelhidão, visão borrada que melhora com o piscar, aversão à luz e desconforto após ver TV, ler ou usar o computador são as queixas de duas em cada 10 pessoas que consultam os oftalmologista durante o frio.
Conforme o médico, para aliviar os sintomas do olho seco é indicado o uso de lágrima artificial. "Existem várias formulações desse tipo de colírio. Por isso, também deve ter indicação e acompanhamento médico", esclarece o especialista. Em alguns casos, a deficiência de lágrima é tão severa que é necessário implantar um plugue no canal lacrimal para manter a lágrima na superfície ocular.
Prevenção do olho seco:
- Evitar ambientes climatizados sempre que possível
- Piscar voluntariamente quando estiver usando computador e outras tecnologias
- Proteger os olhos do vento, poeira, fumaça e cosméticos
- Incluir nas refeições alimentos ricos em vitamina A, como cenoura e mamão, e frutas cítricas, que fontes de vitamina C, além de produtos que contenham ômega-3, como a sardinha, bacalhau e semente de linhaça
Alergias
De acordo com a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia, as alergias atingem 30% dos brasileiros. A previsão da OMS é de que, até 2050, metade da população tenha algum tipo de reação alérgica. Queiroz Neto esclarece que estudos indicam que seis em cada 10 alérgicos manifestam a doença nos olhos. Isso porque, no frio, a diminuição da lágrima faz o sistema imunológico do alérgico entender que é necessário produzir mais anticorpos para proteger os olhos das agressões externas. Com isso, surge a conjuntivite alérgica.
*Publicado originalmente em 1º/06/2017.