Com curadoria de Sissa Aneleh, que também assina a direção artística, a mostra parte de um recorte de sua pesquisa de doutorado, dedicada à atuação de mulheres na fotografia na Amazônia brasileira. A curadoria organiza os trabalhos em quatro núcleos, contemplando desde registros documentais dos anos 1980 até produções recentes com experimentações digitais.
. Participam da mostra três gerações de fotógrafas. Entre as precursoras estão Cláudia Leão, Bárbara Freire, Paula Sampaio, Walda Marques e Leila Jinkings. A geração seguinte é representada por Evna Moura, Renata Aguiar, Nailana Thiely e Nay Jinknss. Já a produção mais recente aparece nos trabalhos de Deia Lima e Jacy Santos. As obras abordam temas como território, memória, gênero, religiosidade, ancestralidade e cultura afro-indígena, refletindo sobre a vida urbana e rural na Amazônia.
. Entre os destaques, está o espaço dedicado à fotografia experimental, com imagens manipuladas por diferentes técnicas e suportes, em diálogo entre o analógico e o digital. Nesse núcleo, artistas como Paula Sampaio, Walda Marques e Deia Lima apresentam obras que rompem com os limites tradicionais do registro fotográfico, explorando narrativas afetivas e simbólicas.
. No pátio do CCBB BH, uma oca abriga a instalação imersiva do filme MUKATU’HARY (Curandeira), uma experiência em realidade virtual baseada em um ritual conduzido por Maputyra Guajajara. O público pode assistir à obra em 360 graus, além de conhecer objetos e figurinos utilizados na produção.
. A exposição também oferece recursos interativos: algumas imagens podem ser acessadas por realidade aumentada, vídeos e possibilidades de interação com as obras integram o percurso. Uma instalação olfativa inspirada nas Icamiabas — guerreiras indígenas da tradição amazônica — aproxima os visitantes dos aromas da floresta, com seis composições criadas especialmente para a mostra.
A entrada é gratuita, com retirada de ingressos pelo site ccbb.com.br/bh ou na bilheteria do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte.