Revista Encontro

Artes

Parque do Palácio recebe mostra "Absurdo da Forma", de Carlos Fiorenttini

Em sua cidade natal, Fiorenttini revisita a própria trajetória em diálogo com o legado surrealista

Da redação
Carlos Fiorenttini e a curadora Sarah Ruach - Foto: Lucas Vimieiro/Divulgação
O artista mineiro Carlos Fiorenttini abre neste domingo (24), no Parque do Palácio, a exposição “Absurdo da Forma”, com curadoria de Sarah Ruach. A mostra ocupa os interiores do Palácio das Mangabeiras e reúne obras produzidas ao longo de seis décadas, em que rigor técnico e disciplina geométrica se equilibram com uma poética marcada pela liberdade criativa.
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Nascido em Belo Horizonte, Fiorenttini começou cedo: aos 13 anos já se dedicava ao retrato, dando início a uma trajetória que se expandiu para além das fronteiras mineiras. Viveu temporadas na Austrália, Uruguai, França e Itália, países que guardam parte significativa de seu acervo. Essa vivência internacional moldou um olhar cosmopolita, mas sem romper com as referências estéticas de sua formação inicial.
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De volta à cidade natal, o artista apresenta um recorte que percorre diferentes fases de sua carreira. “Esta mostra é, antes de tudo, um retorno. O retorno da obra de Carlos Fiorenttini a Belo Horizonte, depois de uma trajetória que atravessou continentes e estilos. A exposição revela um artista de disciplina geométrica e técnica, mas que se abre para uma criação onde o real e o surreal se tocam. A cada tela, Fiorenttini nos lembra que a arte é tanto precisão quanto liberdade, tanto rigor quanto sonho”, afirma a curadora.
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O texto curatorial destaca ainda a tensão entre ordem e devaneio que marca sua produção. “O surrealismo não é uma aversão ao real, mas um atravessamento deste, uma elaboração inquieta entre metáfora, precisão e a permeabilidade do concreto”, escreve Ruach, para quem o artista conduz o olhar ao “absurdo da forma e da beleza”.

A mostra ganha significado especial por encerrar as comemorações oficiais do centenário do Surrealismo, movimento fundado por André Breton em 1924. Um século depois, “Absurdo da Forma” retoma esse legado em perspectiva contemporânea. 

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