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Mostra

Exposição "Uma História da Arte Brasileira" chega ao CCBB BH

Mostra reúne mais de 50 obras de diferentes gerações e percorre a produção artística do país dos séculos 20 e 21 até a contemporaneidade

Da redação
"O Parque Municipal", obra de 1947, de Guignard - Foto: Rômulo Fialdini e Valentino
Belo Horizonte recebe, a partir desta quarta-feira (24), a exposição “Uma História da Arte Brasileira”. Reunindo mais de 50 obras de artistas de diferentes gerações, a mostra propõe um percurso pela produção nacional dos séculos XX e XXI, destacando continuidades, rupturas e experimentações que marcaram a arte brasileira ao longo de mais de cem anos. Com curadoria de Raquel Barreto e Pablo Lafuente, curadora-chefe e diretor artístico do MAM Rio, respectivamente, a exposição fica em cartaz até o dia 1º de dezembro no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH). 
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A exposição chega à capital mineira depois de ter sido concebida para a Cúpula do G20, realizada em 2024 no MAM Rio. Na ocasião, foi visitada por chefes de Estado e delegações internacionais antes de ser aberta ao público. Agora, inicia sua itinerância nacional.
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“Para o MAM Rio, a apresentação da exposição no CCBB Belo Horizonte reafirma o compromisso institucional com a democratização do acesso ao seu acervo e com a função social da arte, compreendida não apenas como expressão estética, mas como campo de educação, cidadania e reflexão crítica sobre a realidade. Fundado em 1948, o museu reúne mais de 16 mil obras em sua coleção própria e em comodatos, como os de Gilberto Chateaubriand e Joaquim Paiva, configurando-se como uma das mais relevantes instituições do país no campo da arte moderna e contemporânea”, afirma Yole Mendonça, diretora executiva do museu.
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A mostra abrange desde as primeiras décadas do século 20, quando o modernismo consolidou uma linguagem própria em busca de identidade nacional, até a produção contemporânea, que coloca em evidência artistas mulheres, negros, indígenas e LGBTQIA+. Nesse caminho, estão presentes movimentos como o abstracionismo e o concretismo dos anos 1950, a produção crítica das décadas de 1960 e 1970 em resposta à ditadura militar e a retomada da pintura com a chamada “Geração 80”, marcada pela exuberância cromática e a diversidade de estilos.
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Entre os artistas representados, estão Adriana Varejão, Anita Malfatti, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Arjan Martins, Beatriz Milhazes, Candido Portinari, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres, Judith Lauand, Leonilson, Lúcia Laguna, Luiz Zerbini, Lygia Clark, Lygia Pape, Márcia X, Maria Martins, Tomie Ohtake, Tunga, Victor Brecheret e outros nomes fundamentais para a construção de um panorama plural da arte brasileira.
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“A arte brasileira nos séculos 20 e 21 nos apresenta uma infinidade de caminhos, fascinantes tanto em sua individualidade como em sua resposta coletiva a uma realidade diversa, complexa e em constante transformação. A exposição oferece uma seleção de algumas das criações que marcaram as trajetórias da arte no Brasil e, ao mesmo tempo, evidencia a contribuição dos artistas na construção de nossa percepção do país e do mundo”, refletem os curadores.
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Para eles, a mostra é também uma oportunidade de questionar o que se entende por arte brasileira e de recuperar vozes antes marginalizadas. “A mostra revela como a prática artística é capaz de instigar reflexões em quem entra em contato com ela. É também uma oportunidade de revisitar o que entendemos como arte brasileira, reconhecer exclusões e recuperar vozes e movimentos que ficaram à margem das narrativas oficiais”, afirmam.
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Confira os núcleos curatoriais da exposição:
  • Modernismo (1910 – 1950): consolidação de uma produção artística nacional em diálogo com a modernidade, marcada pela busca de identidade e pelo retrato do povo brasileiro.
  • Abstracionismo e Concretismo (1950): emergência dos movimentos concretos e neoconcretos, em diálogo com a produção internacional a partir de abordagens individuais de caráter lírico e informal.
  • Nova Figuração e Poéticas do Conceito (1960 – 1970): respostas críticas à ditadura militar, explorando a cultura pop, a circulação expandida da obra e o questionamento da materialidade artística.
  • Anos 1980/1990: a chamada “Geração 80” retoma a pintura com exuberância cromática, grandes formatos e diversidade de estilos, em um contexto de maior abertura social e cultural.
  • Anos 2000 em Diante: ampliação das vozes na cena artística, com maior visibilidade de artistas negros, indígenas, mulheres e LGBTQIA , que tensionam cânones e reconstroem narrativas antes marcadas por exclusões.

Exposição: “Uma História da Arte Brasileira”
Quando: de 24 de setembro a 1º de dezembro
Onde: Galerias do Térreo - CCBB BH (Praça da Liberdade, 450 - Funcionários)
Horários de visitação: Quarta a segunda, das 10h às 22h
Ingressos: Entrada gratuita, mediante retirada de ingresso pelo site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH

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