“O CURA deste ano nasce da praça e volta para a praça. A Raul Soares é mais do que cenário: é território vivo, onde fluxos, encontros e diferenças se cruzam. Nossa proposta de ‘PRACIFICAR’ é transformar a praça em parque, aberta a todas as idades, onde a arte convive com a vida cotidiana. Por isso, expandimos as linguagens — música, esportes, instalação, dança — sem perder o gesto que nos fundou: pintar a cidade, dar novos horizontes e reinventar o comum. O CURA é um convite para experimentar a cidade como lugar de permanência, criação e dissenso”, explica Priscila Amoni, uma das diretoras do projeto.
. Ainda que ampliando suas dimensões, o CURA mantém o trabalho de transformar o horizonte da cidade com a pintura e intervenções em empenas. Três artistas de Belo Horizonte estão confirmados este ano. Paulo Nazareth, uma das referências mais respeitadas da arte contemporânea brasileira, vai pintar sua primeira empena no festival, no Edifício Garagem. De origem indígena borum (Krenak), Nazareth já teve obras em grandes bienais como Veneza, Sydney e São Paulo, além de coleções e museus internacionais, como o Inhotim e o The Power Plant, em Toronto. Conhecido por caminhar o mundo a pé como gesto político e poético, transforma deslocamentos em obra e traz agora essa força simbólica e inédita para o horizonte de Belo Horizonte.
. Sylvia Amélia, por sua vez, aposta em linguagens híbridas que transitam entre palavra, poesia e materialidade. “Pause”, instalação em acrílico que projeta sombras em movimento ao longo do dia, será sua contribuição. É a primeira vez que o festival recebe uma obra nesse suporte, criando novas formas de diálogo entre a cidade e sua paisagem. A terceira empena é assinada por Julianismo, jovem artista belo-horizontina que vem se destacando com trabalhos autorais e experimentais, e cuja presença representa a aposta no futuro da arte urbana local.
. Entre os projetos especiais da edição está o Mapa Afetivo da Raul Soares, desenvolvido por Priscila Musa, Jonjon e Xande Peroco. Mais do que uma cartografia, ele reúne histórias de moradores, memórias coletivas, saberes ancestrais e referências culturais da região, revelando a praça como território vivo, feito de encontros, fluxos e resistências.
. Os esportes também fazem parte do festival. O Velódromo Raul Soares transforma a praça em pista de ciclismo urbano, em uma competição que mistura velocidade, diversão e celebração da cultura da bicicleta. Criado em 2013, o evento retorna ao CURA com disputas divididas por categorias, eliminatórias e clima de confraternização. O vencedor receberá um troféu concebido pela Greco Design. Já o Highline Feelings levará os olhos para o céu: atletas caminharão sobre fitas de slackline a mais de 70 metros de altura, entre prédios, em um espetáculo que transforma a arquitetura em suporte para a arte do corpo.
. A música é outro eixo central do festival. No Mirante, apresentam-se DJ Naroca, Fê Linz, Bruna Castro, Pat Manoese, Black Josie, Sandri e a sambista Aninha Felipe, em encontros que mesclam brasilidades, beats globais e rodas de samba. Performances da House of Barracudas e os sets audiovisuais do VJ Suave completam a programação.
. No mesmo espaço, o público acompanha a premiação do concurso “Uma praça para a cidade”, em parceria com a Minha BH e o Instituto de Arquitetos do Brasil. A iniciativa convidou estudantes de Arquitetura e Urbanismo a repensarem a Raul Soares como espaço de encontro, permanência e cuidado. As propostas incluíram parquinho, mobiliário urbano, bebedouros e requalificação paisagística, reforçando o espírito do conceito “PRACIFICAR”. Os projetos vencedores serão apresentados no dia 3, às 19h.
. A expansão do CURA alcança também o espaço acadêmico com o CURA Campus no UniBH. O artista Deco Treco (Deco Farkas), muralista e animador paulistano conhecido por cores vibrantes e traços psicodélicos, assina um mural inédito no campus, criando um portal de imaginação coletiva que conecta a universidade à praça Raul Soares.
. Outro retorno aguardado é o do projeto Inside Out, criado pelo artista francês JR. Após centenas de retratos impressos em grandes dimensões durante a Virada Cultural, as imagens voltam agora como instalação coletiva no coração da praça. A obra transforma rostos em manifesto visual e reafirma que a cidade é feita de pessoas — cada expressão um lembrete da diversidade e vitalidade de Belo Horizonte.
. CURA BH | Mirante – Praça Raul Soares
03 a 07 de setembro de 2025
Dia 3/9 (quarta-feira)
- 16h às 19h – DJ Naroca
- 19h às 19h30 – Premiação do concurso de ideias “Uma Praça pra Cidade”
- 19h30 às 20h30 – Conversa com júri
- 20h30 às 21h – Lançamento do Mapa Afetivo (Priscila Musa, Jonjon e Xande Peroco)
- 21h às 22h – Playlist coletiva
Dia 4/9 (quinta-feira)
- 16h às 18h – Playlist
- 18h às 22h – House of Barracudas
Dia 5/9 (sexta-feira)
- 16h às 22h – DJ Kingdom (long set)
- VJ Suave
Dia 6/9 (sábado)
- 13h às 19h – Highline Feelings
- 15h às 19h – Velódromo Raul Soares
- 19h30 às 20h – Premiação Velódromo
- 14h às 16h – DJ Pat Manoese
- 16h às 19h – DJ Fê Linz
- 19h às 22h – DJ Bruna Castro
- VJ Suave
Dia 7/9 (domingo)
- 13h às 19h – Highline Feelings
- 14h às 16h – DJ Sandri
- 16h às 19h – Roda de Samba com Aninha Felipe e convidadas
- 19h às 21h – DJ Black Josie
- 14h às 18h – Rua de Lazer
- 17h às 18h – Cortejo Piranhas CURA (saída e retorno – Praça Raul Soares)
CURA Campus | UniBH
Durante o festival, o campus do UniBH recebe mural inédito do artista Deco Treco (Deco Farkas), com pintura ao vivo aberta ao público.