A participação reforça o protagonismo de Minas Gerais na transição para uma matriz energética mais sustentável. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o estado lidera a produção de energia solar centralizada no país, com 39% da capacidade instalada nacional em setembro de 2025 — o equivalente a 8 gigawatts dos 20,6 GW registrados no Brasil. Parte desse avanço se deve ao setor cooperativista: um quarto das cooperativas mineiras já produz sua própria energia, e o programa MinasCoop Energia tem sido um dos principais propulsores desse movimento.
. Desenvolvido pelo Sistema Ocemg, o programa une geração de energia limpa com iniciativas de impacto social. Atualmente, 139 usinas fotovoltaicas estão em operação em 88 municípios mineiros, com capacidade instalada de 14,4 MWp. Além de abastecer suas unidades, as cooperativas destinam parte da energia produzida a 80 instituições beneficentes, como hospitais e lares de idosos.
. “Em cinco anos de existência, foram 4,3 milhões de pessoas beneficiadas, mais de mil postos de trabalho diretos e indiretos criados e R$ 240 mil repassados a famílias rurais pelo arrendamento de áreas improdutivas para instalação das placas fotovoltaicas”, destaca Alexandre Gatti, superintendente do Sistema Ocemg, que apresentará o case na COP30.
. Outro exemplo mineiro que será mostrado no evento é o Programa de Renovação de Frota (PAV) da Coopmetro. Voltado para o transporte de cargas, o projeto permitiu a substituição de 52% da frota associada a partir de uma linha de crédito com taxas sociais. O resultado foi a redução de 22% das emissões de CO%u2082 — de 2,68 kg para 0,56 kg por litro de diesel — além de ganhos econômicos: o faturamento bruto médio dos cooperados atingiu R$ 30 mil mensais. O modelo tem sido estudado como solução replicável em mobilidade de baixo carbono.
. Minas Gerais chega à COP30 com a maior delegação do cooperativismo brasileiro: das 49 instituições do país selecionadas para o evento, 10 são mineiras. Durante a conferência, a delegação levará exemplos de boas práticas que abrangem transição energética, agricultura de baixo carbono, mobilidade sustentável, gestão de resíduos e reflorestamento. A programação vai incluir painéis e experiências interativas em espaços como a Blue Zone, área oficial de negociação, e a AgriZone, organizada pela Embrapa. Entre 50 e 60 mil pessoas são esperadas por dia na COP30, que acontece até o final de novembro.