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“O ensaio aberto é o primeiro contato com o público, uma possibilidade de experimentarmos a iluminação, cenário e figurinos. Os espectadores poderão testemunhar e dar o seu retorno sobre aquilo que assistiram, com bate-papo logo após”, explica o diretor da montagem e diretor artístico da Cyntilante Produções, Fernando Bustamante.
. Voltada ao público infantil, a peça propõe uma releitura afrocentrada da ópera, transformando Aída na filha da Rainha de Bateria Râmfis e herdeira de uma linhagem de resistência. Na trama, a protagonista enfrenta obstáculos impostos pela patroa Amnéris, uma influenciadora digital, e pelo bicheiro Jacaré, patrono da escola de samba Canários da Terra. Apoiada por sua comunidade e guiada pelo Babalorixá Amonasro, seu pai, Aída busca conquistar seu lugar como Rainha da Bateria no desfile de Carnaval.
. “Aida: A Rainha da Bateria” é a terceira ópera da tetralogia criada pela Cyntilante, que já levou aos palcos “João e Maria – Opereja” (2023), ambientada no sertão, e “A Guitarra Mágica” (2024), ópera rock inspirada em A Flauta Mágica, de Mozart.
. Segundo Bustamante, a montagem representa um movimento de valorização da cultura afro-brasileira dentro da trajetória do grupo. “Historicamente os musicais da Cyntilante trazem histórias sob um ponto de vista eurocêntrico, normalmente são adaptações de clássicos universais. Desta vez, nos empenhamos em resgatar a cultura afro-brasileira e a cosmologia iorubá. Entendemos a importância de cada vez mais trazermos esse debate para o centro da cena”, afirma.
. O diretor adianta que a próxima e última obra da tetralogia já está marcada: “será inspirada em ‘O Guarani’ de Carlos Gomes. Vamos mergulhar na cultura dos povos originários”, revela.
. Formação e processo criativo
O elenco da nova ópera foi escolhido durante audição realizada em julho, no Curso de Especialização em Teatro Musical da Cyntilante. Dos 50 candidatos inscritos, dez artistas foram selecionados e participaram gratuitamente de seis meses de formação, com aulas de voz, expressão corporal e workshops voltados à cultura afro-brasileira.
Com dramaturgia autoral e trilha adaptada por Leandro Braga, a montagem une o lirismo da ópera ao ritmo do samba e à força da ancestralidade, marcas do trabalho da companhia mineira, que tem se destacado pela pesquisa sobre novas linguagens no teatro musical brasileiro.
Ensaio aberto “Aida: A Rainha da Bateria” – Teatro Francisco Nunes. Dia 6 de dezembro, sábado, às 18h. Entrada gratuita, com retirada de ingressos uma hora antes na bilheteria ou pelo Sympla