As imagens — que retratam paisagens, comunidades e lembranças — expressam a força da memória e o olhar singular de cada participante sobre o território em que vive. Mais do que um registro visual, o trabalho coletivo revela como a fotografia pode ser instrumento de resgate cultural, preservação de identidades e transformação social.
. Com apoio da Vale e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o projeto percorreu Antônio Dias, Nova Era, João Monlevade, Itabira, Rio Piracicaba, Barão de Cocais e Belo Horizonte, promovendo oficinas e instalações artísticas urbanas em espaços públicos e ferroviários. Além das fotografias, a exposição apresenta uma mostra audiovisual com curtas-metragens produzidos nas cidades participantes, retratando personagens locais, suas histórias e saberes.
. “A preservação da memória ferroviária é parte fundamental do compromisso da ANTT com um transporte mais humano, integrado e conectado às realidades locais. O Projeto Estação mostra que a ferrovia não é apenas infraestrutura — ela é território vivo, onde histórias, afetos e identidades se encontram. Ver comunidades transformarem sua própria memória em arte reforça nosso papel de garantir que o desenvolvimento do setor caminhe junto com a valorização cultural e social dos territórios que atravessamos”, disse o Diretor-Geral da ANTT, Guilherme Theo Sampaio.
. Arte, memória e diálogo
Durante o período da mostra, o público poderá participar de uma roda de conversa com convidados cujas trajetórias dialogam com os eixos do projeto. O encontro, marcado para sábado (6), reunirá o fotógrafo Bruno Jungmann, a diretora audiovisual Massuelen Cristina e o antropólogo Millen Carvalho. Entre os temas debatidos estarão o papel da fotografia como tecnologia para preservação de memórias, a importância do fomento público e privado na valorização dos saberes e a relação entre a malha ferroviária e a produção de espaços e patrimônios.
. “Se um cenário favorável ao desenvolvimento econômico e social é essencial, um circuito cultural com espaços de expressão e diálogo também é vital. Neste sentido, o Projeto Estação e seus produtos representam justamente isso: um convite para olhar e dialogar a ferrovia e nosso entorno com sensibilidade, reconhecer histórias, gerar e celebrar trocas e pertencimentos, e oportunizar futuros possíveis”, destaca Preto Filho, coordenador e idealizador do projeto.
. Da oficina à galeria virtual
Iniciado no começo de 2025, o Projeto Estação começou com aulas virtuais e seguiu com oficinas presenciais de fotografia pelo celular em diversas cidades. A experiência resultou em centenas de imagens captadas por moradores que se tornaram narradores visuais de suas próprias realidades.
. As fotografias revelam a diversidade cultural e a força das comunidades situadas ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas, trilho histórico que conecta lugares, pessoas e memórias. A etapa final do projeto inclui o lançamento da Galeria Virtual, também no sábado, com oito salas de fotografia e um acervo de 240 imagens, além de oito curtas-metragens. O espaço digital é gratuito e acessível no site www.estacao.art.br.
. A Vale, parceira da iniciativa, reforça que o apoio a projetos como o Estação está alinhado à valorização do patrimônio histórico ferroviário. Segundo a empresa, a atuação conjunta com a Horus e a ANTT contribui para o desenvolvimento cultural das comunidades e para o reconhecimento da importância das ferrovias na formação do país.
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Exposição “Memórias, Saberes e Patrimônios” – Projeto Estação. De 3 a 19 de dezembro, na Sala de Exposições da Escola de Design da UEMG (R. Gonçalves Dias, 1434 – Praça da Liberdade, BH). Abertura no dia 3/12, das 10h às 19h. Funcionamento: segunda a sexta, das 8h às 22h; sábado, das 8h às 17h.