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A montagem ressignifica a narrativa original ao apresentar Aida como filha da Rainha de Bateria Râmfis. Com adaptação afrocentrada, o elenco é formado por sete atores-cantores e quatro músicos, que interpretam as melodias de Verdi em arranjos inspirados em gêneros como samba-canção, choro, partido alto, ijexá e samba-enredo.

Na versão da Cyntilante, a trajetória da protagonista é atravessada por conflitos contemporâneos. Aida enfrenta obstáculos impostos por Amnéris, retratada como uma influenciadora digital, e pelo bicheiro Jacaré, patrono da escola de samba Canários da Terra. Amparada por sua comunidade e guiada pela profecia do Babalorixá Amonasro, seu pai, a jovem busca conquistar seu lugar como Rainha da Bateria no desfile de Carnaval.

“Aida: A Rainha da bateria” é a terceira obra da tetralogia operística da Cyntilante Produções, que já montou “João e Maria – Opereja” (2023), adaptação da clássica história para o sertão brasileiro, e “A Guitarra Mágica” (2024), ópera rock inspirada em “A Flauta Mágica”, de Mozart. O diretor da companhia adianta que o ciclo será concluído com mais uma obra: “será inspirada em ‘O Guarani’ de Carlos Gomes. Vamos mergulhar na cultura dos povos originários”, revela.

Segundo Bustamante, a proposta de “Aida”, que tem dramaturgia autoral e trilha sonora adaptada por Leandro Braga, busca ampliar a representatividade cultural no teatro musical voltado à infância. “Historicamente os musicais da Cyntilante trazem histórias sob um ponto de vista eurocêntrico, normalmente são adaptações de clássicos universais. Desta vez, nos empenhamos em resgatar a cultura afro-brasileira e a cosmologia iorubá. Entendemos a importância de cada vez mais trazermos esse debate para o centro da cena”, diz.

Além da estreia, a Cyntilante retorna a Belo Horizonte ao longo de janeiro com uma intensa programação voltada ao público infantil. Ao todo, serão 15 espetáculos musicais em cartaz, entre óperas, releituras de contos de fadas e montagens autorais, dentro da Campanha de Popularização do Teatro. Os ingressos estão à venda a preços populares, a partir de R$ 25, pelo site do Sinparc, nos postos da Belotur e pelo aplicativo Vá ao Teatro.

Entre os destaques da temporada estão outras três produções da tetralogia operística para crianças: “João e Maria – Opereja”, “A Guitarra Mágica” e “Aida: A Rainha da Bateria”. O repertório inclui ainda releituras de clássicos como “Rapunzel”, “O Mágico de Oz”, “Aladim”, “Peter Pan”, “Moana”, “Rainha da Neve”, “A Bela e a Fera”, “A Pequena Sereia” e “Branca de Neve”, em cartaz nos teatros Francisco Nunes e Centro Cultural Unimed BH.

Entre os musicais nacionais, a companhia apresenta “Os Saltimbancos”, versão mineira inspirada na obra de Chico Buarque e Sérgio Bardotti, e “A Arca de Vinicius”, espetáculo premiado inspirado em A Arca de Noé, de Vinicius de Moraes. A programação inclui ainda montagens autorais como “Encontro de Vilões”, que propõe uma reflexão bem-humorada sobre o impacto dos eletrônicos nas narrativas infantis, e “Encontro com as Princesas”, um dos maiores sucessos da Cyntilante, que reúne heroínas clássicas em uma nova aventura.

"Aida - A Rainha da Bateria”. 25 de janeiro, domingo, às 17h, Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, Belo Horizonte. Ingressos a partir de R$ 25 (Sinparc – site e postos físicos – e aplicativo Vá ao Teatro). Crianças até 2 anos não pagam. Mais informações: www.cyntilante.com.br