Gravado no Teatro do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, sob regência de Rodrigo Toffolo, o concerto propõe um encontro entre música de concerto e tradição popular, tratando o repertório de Gonzaga com o mesmo rigor técnico e interpretativo aplicado a compositores do cânone erudito.
. A formação combina uma orquestra de cordas com um autêntico trio pé de serra — sanfona, zabumba e triângulo — evidenciando a complexidade rítmica, harmônica e melódica das composições do artista pernambucano. Os arranjos inéditos são assinados por Mateus Freire, que preserva a identidade das canções ao mesmo tempo em que amplia suas possibilidades expressivas.
. Clássicos como “Asa Branca”, “Assum Preto”, “O Xote das Meninas”, “Sabiá”, “Vida de Viajante” e “Paraíba” ganham novas camadas de leitura, com as cordas assumindo ora função narrativa, ora dialogando diretamente com os instrumentos do forró. O repertório inclui ainda “Respeita Januário”, “Qui Nem Jiló”, “Numa Sala de Reboco”, “Pau de Arara” e “Vem Morena”.
. A gravação de áudio ficou a cargo do engenheiro de som Bruno Corrêa, responsável por captar com precisão tanto a potência rítmica do baião quanto as nuances das dinâmicas orquestrais. Já o registro audiovisual, dirigido por Luiz Abreu, adota uma abordagem discreta, priorizando a interpretação musical e evitando recursos visuais excessivos.
“Mais do que uma homenagem, este lançamento é um gesto de reconhecimento à força da nossa cultura. Gonzaga traduziu o Brasil profundo em música, com inteligência, sensibilidade e beleza. Tratá-lo com o mesmo rigor dedicado aos grandes mestres da música é não apenas justo, mas necessário”, afirma Toffolo.