Revista Encontro

Musical

Trajetória de Djavan inspira espetáculo repleto de poesia e brasilidade

"Vidas pra contar" revisita a história do cantor em montagem que combina canções, dança e emoção no palco do Palácio das Arte

Da redação
Apresentações estão com ingressos esgotados - Foto: André Wanderley/Divulgação
A trajetória e a obra de Djavan ganham vida nos palcos do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, deste sábado (6) e domingo (7), com o espetáculo “Djavan – O Musical: Vidas pra contar”. A montagem, que une música, teatro e dança, propõe um mergulho na biografia do cantor e compositor alagoano, abordando desde a infância em Maceió até o reconhecimento como um dos nomes mais influentes da música brasileira.
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Idealizado por Gustavo Nunes, com direção artística de João Fonseca e texto de Patrícia Andrade e Rodrigo França, o musical parte do desejo de transformar em cena a sensibilidade e a força de uma carreira construída com poesia e perseverança. “A vasta obra de Djavan, um dos maiores gênios da música brasileira de todos os tempos, merece ser contada nos palcos, não só por sua poesia e musicalidade, como também por servir de inspiração como sinônimo de perseverança e determinação. Djavan reúne beleza, poesia e musicalidade em todas suas composições. Nosso musical bebe dessa fonte pra trazer ao público um espetáculo pulsante, cheio de brasilidade e emoção”, afirma o produtor.
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Com duas horas de duração, o espetáculo tem direção musical de João Viana,  filho do homenageado, e de Fernando Nunes, que assinam os arranjos de clássicos e canções menos conhecidas do repertório. A escolha das músicas ajuda a traçar um retrato emocional do artista, equilibrando hits populares e momentos mais introspectivos de sua trajetória.
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O papel de Djavan é interpretado por Raphael Elias, ator de 30 anos natural de Divinópolis (MG). Selecionado entre mais de 250 candidatos, ele representa o artista em diferentes fases da vida. Negro e vindo do interior mineiro, Raphael trilhou uma trajetória marcada por desafios até conquistar seu primeiro grande papel nacional — um percurso que ecoa o do próprio Djavan.
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O elenco se divide em múltiplos personagens que formam a rede afetiva e artística do cantor. Marcela Rodrigues interpreta Dona Virgínia, mãe de Djavan; Ester Freitas, a irmã Djanira; e Alexandre Mitre, o irmão mais velho, Djacir. Thainá Gallo vive Aparecida, ex-mulher do músico. Entre os nomes que aparecem na narrativa estão também Aline Deluna (Maria Bethânia), Erika Affonso (Alcione), Gab Lara (Chico Buarque), Tom Karabachian (Caetano Veloso), Walerie Gondim (Gal Costa e Rafaela, atual esposa de Djavan) e Milton Filho, que dá corpo a Elegbara, entidade afro-brasileira que atravessa simbolicamente a trama. Douglas Netto, como Waltel Branco, também assume outros papéis ao longo da montagem.
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O musical aposta em uma linguagem híbrida, que mistura canções, dança e narrativa teatral para revisitar momentos decisivos da vida do artista. Cenografia, figurino e iluminação ajudam a compor um universo visual que remete à sonoridade plural de Djavan, marcada pela fusão de samba, jazz, pop e ritmos afro-brasileiros.
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Para o diretor João Fonseca, contar essa história é um exercício de respeito e liberdade. “Djavan é Djavan. Ele é de todos, ele é samba, ele é forró, ele é Gonzaga, ele é jazz. Falar de um artista nordestino, negro, vivo, é uma responsabilidade enorme, mas também é uma alegria sem tamanho. A gente está construindo essa história com muito respeito, com liberdade cênica, mas também com cuidado para que cada detalhe, cada sotaque, cada música fale a verdade dele”, afirma.

“Djavan – O Musical: Vidas pra contar.” Dias 6 e 7 de dezembro, sábado às 20h e domingo às 19h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 – Centro, Belo Horizonte). Duração: aproximadamente 2h30. Classificação: 12 anos. Ingressos esgotados.

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