O centenário Castelo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no bairro Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ), considerado um ícone da ciência e da saúde no Brasil e na América Latina, será candidato a Patrimônio Cultural Mundial, título concedido pelo Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A informação foi divulgada por Nisia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, após encontrom com representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília (DF), em meados de novembro, para discutir o encaminhamento da proposta de candidatura, que será formalizada pela Fiocruz ainda em dezembro.
A Unesco define que o Patrimônio Cultural Mundial é "composto por monumentos, grupos de edifícios ou sítios que tenham um excepcional e universal valor histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou antropológico". Construído entre 1905 e 1918, o Castelo da Fiocruz, também conhecido como Pavilhão Mourisco, foi idealizado pelo cientista, médico e sanitarista brasileiro Oswaldo Gonçalves Cruz para ser a sede do então Instituto Soroterápico Federal, criado em 25 de maio de 1900. Desde então, o imóvel se consolidou como símbolo maior da ciência e da saúde no país e no continente.
De acordo com Nisia Trindade Lima, em entrevista à Agência Fiocruz, o encontro em Brasília com representantes do Iphan foi "muito relevante para discutirmos a preparação e a melhor fundamentação da proposta de candidatura do Castelo da Fiocruz a Patrimônio Cultural Mundial da Unesco". "Além de ser considerado o símbolo da ciência brasileira, pensada para resolver os grandes desafios da saúde pública do país, o Pavilhão Mourisco ou Castelo da Fiocruz é um símbolo para todo o mundo, uma vez que a Fiocruz colabora com instituições de todos os continentes, desenvolvendo cooperação internacional em ciência e saúde voltada para o desenvolvimento dos povos", comenta a presidente da fundação.
O dossiê de candidatura do Pavilhão Mourisco começou a ser elaborado em 2018, por ocasião do centenário do imóvel histórico. O documento deve estar de acordo com as orientações da Unesco, em especial a Convenção do Patrimônio Mundial.
O Pavilhão Mourisco foi tombado pelo Iphan em 1981. Construído para abrigar os laboratórios do então Instituto Soroterápico Federal, o edifício, hoje, é ocupado pela presidência da Fiocruz e seus setores administrativos.
"O castelo possui valores simbólicos e históricos tais em relação à ciência e à saúde que o permitem concorrer num espectro de bens ainda pouco representados no seleto grupo de patrimônios da humanidade da Unesco, o que é favorável à candidatura. Assim como o próprio período de construção dessa edificação, que se diferencia do já bem representado período colonial, no caso brasileiro.
(com Agência Fiocruz).