Hoje, o estudante está cursando medicina na USP e concilia os estudos com os preparativos de sua pesquisa sobre remédios feitos a partir do veneno de aranhas.
Bernardo é um dos 50 premiados em 2019 com uma bolsa do Instituto TIM, concedida apenas para medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática que estão ingressando em uma universidade pública nas seguintes áreas: astronomia, biologia, computação, economia, engenharia, estatística, física, matemática, medicina e química.
Glória Rubião, gerente de responsabilidade social corporativa da TIM Brasil ressalta a importância da bolsa. "A maior parte dos estudantes que recebe o benefício foi aprovada em faculdades distantes de suas cidades de origem e seria muito difícil para eles continuar estudando sem esse apoio". É pago um valor mensal de R$ 1.200 aos estudantes, com duração de 12 meses, podendo este prazo ser estendido anualmente.
João Mateus Souza Castro, de 18 anos, é mais um dos bolsistas do programa do Instituto Tim. Natural de Olhos D’Água (MG), cidade da região norte do estado e que possui pouco mais de cinco mil habitantes, o estudante conquistou medalhas de bronze, prata e ouro nas Olimpíadas de Matemática que participou.
Mas não é feito de metal o prêmio que ele faz questão de dizer que guarda com mais carinho. Trata-se de uma camisa com o logotipo da competição que ele ganhou na última cerimônia de premiação. "Estou apaixonado pela camisa que ganhei em Salvador. Foi a primeira vez que saí de Minas Gerais", conta com orgulho. Com a bolsa do Instituto TIM, João consegue se manter em Montes Claros (MG), onde estuda engenharia de sistemas na Unimontes.
A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) foi criada em 2005 para estimular o estudo da ciência e encontrar talentos na área. Em 2017, a competição foi unificada com a Olimpíada Brasileira de Matemática para permitir a participação de escolas particulares numa categoria separada. Cerca de 18 milhões de estudantes devem realizar a prova neste ano.
Para João Mateus Souza Castro, o melhor jeito de se preparar para a competição é evitando a famosa "decoreba". "Cada fórmula tem a sua essência. Quando você aprende esse princípio, não precisa decorar mais nada", aconselha.