A restauração do casarão incluiu intervenções estruturais, marcenaria, pintura e a recuperação das pinturas parietais e dos forros originais, assinados por nomes como Manoel da Costa Azevedo, Pedro Micussi e Francisco Tamietti Filho — artistas pioneiros na ornamentação de interiores em Belo Horizonte. O trabalho de conservação ficou a cargo do restaurador Fábio Mendes Zarattini, que liderou o processo de recuperação dos elementos artísticos e estruturais do imóvel.
. “Chegamos na obra e encontramos muitos cômodos com 12 camadas de repintura, debaixo delas havia um trabalho muito rico ainda preservado e priorizamos conservar essa camada original, que foi equiparada cronologicamente com as pinturas da sala de jantar”, explicou Zarattini. Ele também relatou os desafios enfrentados, como trincas, infiltrações e desnivelamentos, além do uso de stencil em pontos que exigiram atenção técnica redobrada. “Nossa equipe encontrou muitas perdas com relação às trincas que haviam nas paredes, que demandaram muito esforço durante essa reestruturação.”
. Além do rigor técnico, a proposta do restauro foi pensada para valorizar o patrimônio histórico e ressignificar sua ocupação. “Com a restauração, a gente tem a possibilidade de gerar consciência patrimonial nas pessoas que ocupam aquele espaço”, afirmou o restaurador.
. O casarão, preservado na entrada do empreendimento, abriga parte das áreas comuns do Residencial Arthur Bernardes, como salão de festas e espaço gourmet. A torre moderna, construída nos fundos do terreno, oferece 41 apartamentos de 70 a 114 m², com opções de duas suítes ou três quartos, além de uma cobertura. As áreas de lazer incluem academia, piscina coberta, sauna, salão de jogos, espaço kids, sala de leitura, espaço beauty, sala de massagem, churrasqueira, bicicletário e salas de reunião. A arquitetura da área social foi assinada pelo escritório Vecci e Lansky Arquitetura, com o objetivo de integrar tradição e inovação.
“Recuperar o charme da casa e dessas pinturas produzidas por artistas consagrados foi uma enorme responsabilidade, que envolveu muita sutileza, mas é o que tornou o empreendimento ainda mais exclusivo e único”, afirma Alexandre Simão, gerente de Legalização de Projetos do Grupo EPO. “O lazer é dividido entre a torre e o casarão histórico, justamente para que a arquitetura e as características originais da construção sejam preservadas e apenas realçadas pelo projeto”, completa.