A redução ocorreu por influência da alta do dólar, conforme o BC. Em 2018, a cotação média do dólar chegou a R$ 3,66 – alta de 14,5% na comparação com 2017 (R$ 3,19).
"Nos primeiros meses de 2018, houve uma aceleração nas despesas líquidas . Isso se inverteu no segundo semestre", comenta Fernando Rocha, o chefe do departamento de Estatísticas do BC, em comunicado enviado à imprensa. A inversão ocorreu devido à alta da moeda americana.
Por sua vez, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil chegaram a US$ 5,917 bilhões (cerca de R$ 22,8 bilhões) no ano passado, com aumento de 1,86% em relação a 2017. Com isso, a conta de viagens, formadas pelas despesas e as receitas, fechou o ano negativa em US$ 12,346 bilhões.
Investimento estrangeiro
Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o investimento direto no país, porque recursos são aplicados no setor produtivo. No passado, esses investimentos chegaram a US$ 88,314 bilhões. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, os investimentos ficaram em 4,7%, enquanto o déficit das contas externas representou 0,77%.
Já em relação a ações, fundos e títulos de renda fixa, em 2018, os investidores estrangeiros retiraram US$ 12,030 bilhões desse tipo de aplicação. Somente as saídas de ações e fundos de investimentos chegaram a US$ 7,682 bilhões. Essa foi a primeira saída anual desde 2008 (US$ 7,565 bilhões).
Segundo Fernando Rocha, ao longo deste ano, esses investimentos oscilaram e, em dezembro, as saídas foram "mais concentradas". De acordo com ele, em dezembro é comum os investidores estrangeiros retirarem recursos do país para fechar balanços e, em janeiro, há retorno de parte desses investimentos.
(com Agência Brasil).