Revista Encontro

Economia

Exportações do agronegócio mineiro crescem 17% de janeiro a julho

Valor alcançado de US$ 11,4 bilhões foi puxado pelo café, que registrou valorização histórica no período

Agência Minas
Minas se consolidou como o terceiro maior exportador, respondendo por 12% da receita do agro nacional - Foto: Diego Vargas / Seapa
As exportações do agronegócio mineiro alcançaram US$ 11,4 bilhões, no acumulado de janeiro a julho deste ano, com crescimento de 17% em relação ao mesmo período de 2024, quando o montante havia sido de US$ 9,8 bilhões. Com esse resultado, Minas se consolidou como o terceiro maior exportador, respondendo por 12% da receita do agro nacional. Já o volume embarcado somou 10,2 milhões de toneladas, com redução de 8,4%, na comparação com os meses de janeiro a julho do ano anterior.
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Mais de 580 diferentes produtos agropecuários mineiros foram enviados para 171 países, com destaque para a China (25,5%), Estados Unidos (11,6%), Alemanha (8%), Itália (5,2%) e Japão (4,7%). 

Na avaliação da assessora técnica da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Manoela Teixeira, a expansão da receita do agro mineiro foi fortemente influenciada pela valorização do preço médio dos produtos.
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“Esse desempenho ganha ainda mais relevância diante de um cenário internacional adverso, marcado pela imposição de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos, pela volatilidade cambial e por ajustes nos fluxos logísticos globais, que têm pressionado custos e exigido maior resiliência dos exportadores”, complementa.
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Mercado Norte-americano

De acordo com o levantamento, em relação aos Estados Unidos, ainda não foram identificados impactos relevantes das recentes tarifas aplicadas, dada a fase inicial da implementação das medidas.
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“Minas Gerais permanece como o segundo maior estado exportador de produtos agropecuários para o mercado norte-americano, sustentando o maior valor já registrado de US$ 1,3 bilhão, com destaque para café, carne bovina, derivados animais, álcool, celulose e produtos alimentícios diversos. A expectativa é de que os efeitos se manifestem de forma diferenciada entre produtos, devendo ser mitigados pela diversificação dos mercados compradores”, analisa Manoela Teixeira.
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Café

O café, carro-chefe das exportações do agro mineiro alcançou US$ 6,2 bilhões, respondendo por 54% da receita do agro. Mesmo com a queda no volume exportado, a receita registrou salto de 56,4% em relação a 2024, em função da escassez global e da demanda firme de parceiros tradicionais, levando à formação de preços médios recordes.
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Carnes

O setor de carnes (bovina, suína e frango) apresentou crescimento tanto no valor quanto no volume, puxado pelo bom desempenho da carne bovina. A receita de todo o segmento alcançou US$ 1 bilhão no período, com crescimento de 16,8%.  Já o volume total ficou em 284 mil toneladas, registrando aumento de 3%. 
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Soja

O complexo soja (grãos, óleo e farelo) registrou US$ 2,2 bilhões com o embarque de 5,5 milhões de toneladas e queda de 16,5% e 8,2%, respectivamente.  

Sucroalcooleiro

O volume chegou a 2,1 milhões de toneladas, totalizando US$ 970 milhões com queda de 22% na receita. 

Produtos Florestais

As vendas somaram US$ 586 milhões, com queda de 17% e volume embarcado de 972 milhões de toneladas.

Outros produtos

Os produtos apícolas, que totalizam US$ 17 milhões e crescimento de 60% no valor, garantindo a Minas Gerais a liderança nacional no setor. As frutas tiveram o melhor desempenho já registrado, atingindo US$ 11 milhões e 7 mil toneladas e crescimento de 48,4% em valor e 38,2% em volume.

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