Com uma equipe de 57 profissionais — entre doutores, mestres, técnicos e pesquisadores —, o centro atua na criação de novos produtos, na melhoria de processos e na busca por soluções que unam inovação, sustentabilidade e competitividade.
. Para Tarcísio Reis de Oliveira, gerente executivo do Centro de Pesquisa, o investimento em ciência é o que garante a sobrevivência e a relevância da indústria no longo prazo. “Investir em pesquisa é investir no futuro. Significa estar preparado para os desafios que virão e se manter relevante no longo prazo. Na Aperam, buscamos inovar para estar cada vez mais presentes na vida das pessoas, com aços mais leves, resistentes e sustentáveis”, explica.
. A localização dentro da própria usina é um dos fatores que garantem eficiência ao processo. A amostra sai do chão de fábrica, é analisada no laboratório e retorna rapidamente com ajustes e validações — um ciclo que reduz custos, evita desperdícios e aumenta a confiabilidade dos resultados. “Ter um centro de pesquisa próprio nos dá velocidade e segurança necessárias para desenvolver novas soluções. Quando se desenvolve algo em escala industrial, os riscos são grandes. No Centro de Pesquisa, onde também contamos com uma réplica da usina, com a maioria dos seus processos e equipamentos em menor proporção, conseguimos testar em pequenas quantidades, variar parâmetros com agilidade e reduzir significativamente os riscos”, detalha Tarcísio.
. O trabalho em Timóteo também se apoia em uma ampla rede de cooperação com universidades e centros de pesquisa de todo o país. A mais antiga parceria, com a UFMG, já dura cerca de 30 anos. Outras instituições, como USP, Unicamp, UFRJ, UFOP, UFU, UFSCar, CEFET-MG, Unileste e o IPT, integram essa rede que amplia a capacidade de inovação, acelera a aplicação de conhecimento acadêmico em soluções industriais e contribui para a formação de profissionais qualificados.
. Entre os resultados mais expressivos do centro está o desenvolvimento do aço inoxidável Endur 300, criado pela própria Aperam. O material combina alta resistência mecânica e durabilidade, substituindo o aço carbono em aplicações sujeitas a desgaste e corrosão. “Durabilidade é sustentabilidade. Quanto mais resistente e eficiente for o material, menor a necessidade de descarte, menor a emissão de CO%u2082 e maior o valor entregue ao cliente e à sociedade”, resume Tarcísio. “As caçambas basculantes produzidas com Endur 300 permanecem em operação mesmo após anos de uso intenso no transporte de materiais abrasivos e corrosivos, como minérios e carvão mineral. É uma solução que está transformando esse mercado e abrindo novas oportunidades.”
. Outro avanço recente é o desenvolvimento dos aços de grão não orientado (GNO), fundamentais para motores de veículos elétricos e híbridos. Projetados para operar em altas rotações e frequências, esses materiais já estão prontos para atender à demanda futura de um mercado que começa a ganhar força no Brasil.
. Desde sua criação, o Centro de Pesquisa da Aperam acumula marcos que ajudaram a redefinir padrões da indústria nacional. Durante a crise de 2009, quando o mercado exigia respostas rápidas, a empresa desenvolveu em tempo recorde os aços inoxidáveis duplex para exploração de petróleo em águas profundas — um avanço que foi decisivo para viabilizar o pré-sal brasileiro. Outro resultado marcante veio ainda nos anos 1990, com o desenvolvimento de aços inoxidáveis para sistemas de escapamento. A inovação permitiu atender às exigências de redução de emissões e melhoria na eficiência dos combustíveis. Hoje, praticamente todos os escapamentos de automóveis fabricados no Brasil utilizam ligas criadas em Timóteo.