“A casa toda tem armários repletos de itens de sua coleção. Até na cozinha tem coisa guardada. Toda a vida dele se deu em função da música. Não ligava para mais nada”, conta Maria da Glória Aguiar, sobrinha do maestro. Ela morava com Luiz Aguiar, e explica que existem milhares de itens em seu acervo. “Não sei dizer quantas coisas ele colecionava.
Entre os valiosos itens guardados na casa do maestro, três peças se destacam: uma fita VHS com a montagem da ópera Oberto, de Giuseppe Verdi; uma fita da ópera Loreley, que se chamava originalmente Elda, de Alfredo Catalani; e uma gravação raríssima da obra Messa da Requiem, de Verdi, com a voz da soprano italiana Renata Tebaldi.
Sobre a doação para a Fundação Clóvis Salgado (FCS), Maria da Glória diz que a primeira conversa se deu ainda no velório do maestro. “Em vida ele sempre falou que doaria toda sua coleção para o Palácio das Artes. A sua vontade era de que outras pessoas também pudessem aproveitar a música erudita”, lembra.
Como a morte de Luiz Aguiar é recente, nem completou um mês ainda, o processo de doação do acervo ainda está no estágio embrionário. Segundo Fernanda Medeiros Azevedo Machado, presidente da Fundação Clóvis Salgado, estão agendadas reuniões com a família, para oficializar a forma com que serão catalogadas e retiradas as peças. “A gente vai in loco, para entender como é esse acervo, e o que será necessário fazer. A partir do tamanho da coleção, poderemos pensar como ela será abrigada no Palácio das Artes”, diz. Quem deve ajudar nesse processo é o Arquivo Público Mineiro, que já está digitalizando os arquivos da FCS, e vai orientar a fundação sobre a melhor forma de disponibilizar o acervo do maestro para o grande público. .