Por trás das cortinas do palco, Gabriel segue uma rotina diária de treinos que se dividem entre acrobacias e condicionamento físico – necessários para cumprir uma agenda que chega a dez shows por semana. Acostumado às essas exigências, que remontam do tempo em que era ginasta, ele não reclama: “Antes eu buscava resultados em competições e, hoje, quero chegar à perfeição em cada número que faço”.
O mundo de sonhos representado nos espetáculos da companhia canadense requer dedicação e superação dos artistas circenses.
Longe da família e dos amigos de infância, o mineiro vê nos companheiros de picadeiro verdadeiros irmãos. É com a ajuda deles que consegue vencer a saudade do Brasil. “Somos uma grande família. Todos vindos de lugares diferentes e vivenciando a mesma realidade. Isso faz com que encontremos apoio uns nos outros. Trabalhamos e nos divertimos juntos”. A agenda apertada também não deixa espaço para os assuntos do coração. Algo que entristece um pouco o artista. “Minha vida é uma constante despedida. Nunca fico muito tempo num lugar só e muitas vezes sou obrigado a deixar pessoas incríveis para trás. Mas sei que tudo tem a hora certa para acontecer”.
Mesmo após ter se apresentado em 26 países, em cinco continentes diferentes, Gabriel não se esquece de uma data marcante: o dia em que se apresentou pela primeira vez em sua terra natal. “Foi a realização de um sonho. Eu nunca imaginei que teria a oportunidade de mostrar o meu trabalho no meu país, ainda mais em BH”, conta. Outro momento inesquecível foi representar o Cirque du Soleil na premiação do Oscar, em Los Angeles, em 2012. Nessa ocasião, apenas 30 artistas foram selecionados. “Jamais imaginei que um dia participaria do maior evento de cinema do mundo, no meio de todos aqueles artistas, que costumava ver somente no cinema. Nesse momento, eles eram os meus espectadores”.
Planos para o futuro? Muitos. Entre eles, estreiar mais um espetáculo do Cirque du Soleil – até hoje já participou de três – e se mudar definitivamente para os Estados Unidos. Claro, sem nunca se esquecer sua origem. “Belo Horizonte fez muito por mim.