Com o passar do tempo, o tupi antigo evoluiu para outras línguas, como o nheengatu (ou língua geral amazônica, falada até hoje), mas acabou perdendo importância a partir de meados do século XVIII, quando o então primeiro-ministro português, Marquês de Pombal, proibiu o uso e o ensino do tupi no Brasil e decretou o português como língua oficial.
O objetivo de Pombal era enfraquecer a Igreja Católica e os jesuítas, que utilizavam a língua indígena para se aproximar e catequizar os nativos brasileiros. Com a proibição, o tupi desapareceu como idioma funcional (sobrevivendo apenas como a variação nheengatu na Amazônia).
Apesar disso, a língua se manteve viva, principalmente, por meio de palavras do português falado no Brasil. Segundo o filólogo Evanildo Bechara, organizador do dicionário da Academia Brasileira de Letras, é difícil dizer quantos verbetes do português são originárias do tupi. "Nos dicionários, há palavras que não são mais usadas e há algumas até que só têm um uso em determinada região", diz.
De acordo com Bechara, a contribuição do tupi se deu principalmente no vocabulário, já que não houve influências importantes na gramática do português (na pronúncia, na fonética ou na sintaxe). "Desde cedo, a língua portuguesa entrou em contato com essas línguas . Então é natural que, do ponto de vista do vocabulário, os portugueses tenham encontrado nomes de plantas e animais que não eram conhecidos . O vocabulário da língua portuguesa está repleto de palavras indígenas, porque os portugueses encontraram aqui um novo mundo da fauna e da flora", explica.
Além dos nomes de plantas, animais e gastronomia, houve uma grande contribuição do tupi para os nomes de lugares no Brasil.
(com Agência Brasil).