Ângela Diniz era considerada a "Pantera de Minas", tinha 32 anos, e em 1975, se separou do colunista social Ibrahim Sued, para, em seguida, se juntar a Doca Street. Eles estavam namorando há três meses, quando, numa viagem para a casa de praia em Búzios, litoral do Rio de Janeiro, uma briga levou o playboy a atirar contra a mineira. O crime chocou a sociedade e o julgamento se transformou num símbolo do machismo que existia na época: o juiz acatou a tese de que Raul tinha atirado em legítima defesa da honra e concedeu apenas dois anos de reclusão. Porém, após intensa pressão de grupos feministas, o julgamento foi anulado e, em 1981, Doca Street foi novamente condenado, mas, desta vez, a 15 anos de prisão.
Procurado pela Encontro para falar sobre o retorno à mídia de seu caso com Ângela Diniz, com a exibição da minissérie Felizes para Sempre?, Doca Street, que hoje tem 80 anos, afirma que não está sabendo dessa produção da Globo, mas, estranhamente, retruca: "Não tem absolutamente nada a ver". Ao ser questionado sobre a versão que tem para os fatos, ele reclama: "Não vou falar nada. Já tem mais de 30 anos que isso aconteceu". E desliga a ligação.
A minissérie da Globo exibida em 2015 é uma releitura de outra série da emissora, Quem Ama Não Mata, escrita por Euclydes Marinho, e que foi exibida em 1982. Ela também se baseava em crimes cometidos contra mulheres, por casais em crise, incluindo o assassinato cometido por Doca Street..