De forma clara e objetiva, o livro Nazismo - Como Ele Pôde Acontecer apresenta ao público a realidade da sociedade europeia do início do século XX; e como a Primeira Guerra Mundial deixou marcas que não cicatrizaram e culminaram nos regimes ditatoriais, como o fascismo italiano e o nazismo alemão. Além disso, o jornalista deixa claro, para quem lê, que a ideologia nazista foi sendo construída à base de muita ciência e tecnologia, com ajuda de empresas que, hoje, consideramos tão familiares, como Basf, Siemens, Bayer e IBM – a gigante da computação ajudou no sistema de contagem dos prisioneiros nazistas.
Para falar sobre a política higienista de Hitler, ou seja, da "purificação" da raça alemã, em seu livro, Eduardo Szklar conta que tinha consciência de que seria impossível dar conta de tudo que aconteceu durante o nazismo, mas que estava decidido a publicar algo que fosse acessível. "Percebi que faltava um livro que explicasse a história do nazismo de forma direta, sem academicismos.
Em Nazismo - Como Ele Pôde Acontecer é possível conhecer também histórias de pessoas que viveram o holocausto e que lutaram bravamente contra esse regime genocida. Um exemplo eram os partisans, ou seja, judeus que conseguiram escapar das garras dos nazistas e se refugiaram nas florestas – durante a ocupação alemã na Europa Oriental existiram 25 mil deles. Na obra do jornalista mineiro podemos conhecer o ucraniano Mordechai Shlayan, conhecido como Mótele. Aos 12 anos, ele perdeu toda a família para o exército de Hitler e decidiu se juntar à "milícia da floresta". O curioso é que Mótele virou espião e fingia ser um violinista polonês, tocando para soldados nazistas num restaurante da cidade de Ovruch, na Ucrânia. Como costumava transportar explosivos dentro da caixa do violino, conseguiu estocá-los no porão do bar. No Dia D da Segunda Guerra (invasão da Normadia pelos aliados), o ucraniano se vingou, explodindo o bar com os nazistas dentro.
Além do aspecto histórico, Eduardo Szklar faz questão de mostrar que o regime nazista ainda se mantém vivo na atualidade e é uma ameaça velada à sociedade. "O nacionalismo floresce em tempos de crise, e, hoje, vemos as ideias nazi-fascistas ressurgindo com força em boa parte do mundo. O neonazismo é o nazismo de cara nova, 'de botox', que exerce discriminação com um discurso maquiado. O porta-voz do partido grego Aurora Dourada, Ilias Kasidiaris, tem uma suástica tatuada no braço mas jura que não é neonazista", diz o escritor..