"Um cantor que o Brasil ainda acata, acarinha, aplaude, incentiva. Um marido bom, que combina tudo com sua mulher. Um amigo que quando pode atender a solicitude de um outro amigo, ele tá com presteza ali. Um artista que cumpre seu dever, apesar do tempo que tem de carreira e do nome que tem nas costas. Um artista que quando se compromete com compositores, ele grava nem que seja a toque de caixa. Sempre fui assim e acho que vou morrer assim".
Ouça abaixo a voz inconfundível de Orlando Silva, interpretando Sertaneja, em 1939:
Foi dessa forma que Orlando Silva se defininiu em um depoimento para a posteridade gravado no Museu da Imagem e do Som (MIS) em 1968.
Ao olhar para a música mundial naquele período, Jonas Vieira compara Orlando Silva a Frank Sinatra. Para ele, a principal diferença entre os dois em termos de influência era a máquina publicitária que girava em torno do cantor norte-americano. "Os empresários dele contratavam mocinhas para seus shows, não apenas para aplaudí-lo, mas para rasgar suas roupas e transformar aquilo em um acontecimento coberto pela mídia", revela o autor de Orlando Silva – O Cantor das Multidões, livro que ganhou reedição em 2015, com capítulo dedicado ao centenário do biografado.
(com Portal EBC).