Como explica o fotógrafo, as imagens revelam o cotidiano e os hábitos dos ribeirinhos da Amazônia paraense. "A exposição visa projetar os fazeres de comunidades indígenas ocidentalizadas, grupos sociais que fazem um sincretismo entre cultura indígena e europeia", explica o artista.
Palestina é nascido em Belo-Horizonte, mas mudou-se para a comunidade do Caranazal, uma vila de cerca de 600 habitantes, no distrito de Santarém, oeste do Pará em 2014. "Como um ser humano criado na capital, aprendi a lidar com o mundo urbano, material, objetivo e individualista. Resolvi morar nessa região a fim de construir novos valores e aprender novas culturas, para ter outras percepções do mundo que me cerca", pondera o fotógrafo.
Para ele, é importante que os residentes no meio urbano se recordem do que existe fora das cidades, sobretudo, para que tenham consciência das ameaças a ecossistemas como o amazônico. "A sensação que eu tenho quando volto para os grandes centros urbanos é que, neles, as pessoas acham que o país se resume às cidades. Fotografar a vida fora das cidades é uma tentativa de dar visibilidade a outros mundos que podem ser destruídos em prol do desenvolvimento e do bem estar de uma parte da população", Palestina Israel.
A exposição será exibida todas as noites, das 18h às 22h, até o dia 15 de maio, na fachada digital do Espaço do Conhecimento UFMG, que fica na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. A fachada externa do espaço que compõe o Circuito Cultural Liberdade é revestida por um material vítreo especial, o que transforma o edifício em uma grande tela de projeção..