Empossado na última segunda, dia 7 de janeiro, no cargo de presidente da Caixa Econômica Federal, o economista Pedro Guimarães deve ser o responsável pelo corte de milhões de reais do orçamento de patrocínio master do banco estatal na camisa de 24 clubes do país, sendo metado da Série A do Campeonato Brasileiro.
Basta o novo presidente da Caixa usar a caneta e confirmar a tendência sinalizada pelo presidente da república Jair Bolsonaro, ou seja, o fim da aplicação de R$ 153 milhões no patrocínio dos times e de competições como as copas do Nordeste, Verde e campeonatos paraibano, potiguar, sergipano, rondoniense e sul-mato-grossense.
Como publicou em sua conta oficial no Twitter no dia 14 de dezembro de 2018, Bolsonaro pretende revisar o investimento em publicidade e patrocínio da Caixa Econômica Federal. "Tomamos conhecimento de que a Caixa gastou cerca de R$ 2,5 bilhões em publicidade e patrocínio neste último ano. Um absurdo! Assim como já estamos fazendo em diversos setores, iremos rever todos esses contratos, bem como do BNDES, Banco do Brasil, Secom e outros", diz o presidente em resposta a um relatório do Tribunal de Contas da União publicado no fim de novembro do ano passado.
O texto do TCU aponta "irregular prorrogação de contratos de patrocínio" do banco estatal. Acrescenta que os acordos "não se constituem em serviço de natureza contínua". Os acordos anuais vencem entre dezembro e abril, período em que são (ou não) renovados. Dos 20 clubes da primeira divisão em 2019, 12 são agraciados pelo repasse da Caixa: Atlético-MG, Athletico-PR, Avaí, Bahia, Botafogo, Ceará, Cruzeiro, CSA, Flamengo, Fortaleza, Goiás e Santos.
Em entrevista ao blog Drible de Corpo, do jornal Correio Braziliense, antes de deixar a presidência do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello não se mostra preocupado com a possibilidade de os clubes perderem a receita da Caixa. "Acho que o patrocínio deve sempre ser avaliado segundo o seu retorno, independentemente de se tratar de empresa pública ou privada. Há empresas especializadas em calcular o retorno que a exposição da marca proporciona ao patrocinador", diz o dirigente em conversa com o jornalista Marcos Paulo Lima no dia 14 de dezembro.
Abaixo, a lista de quanto o banco gasta com patrocínio master com os clubes brasileiros (sem incluir premiação por conquista de títulos):
- Flamengo: R$ 25 milhões
- Santos: R$ 14 milhões
- Atlético-MG, Botafogo e Cruzeiro: R$ 10 milhões
- Athletico-PR, Bahia e Vitória: R$ 6, milhões
- Paraná e América-MG: R$ 5 milhões
- Ceará, Ponte Preta e Avaí: R$ 4 milhões
- Paysandu: R$ 3,2 milhões
- Londrina: R$ 3,1 milhões
- Coritiba: R$ 3 milhões
- Sport (por apenas 4 meses): R$ 2,8 milhões
- Fortaleza e Vila Nova-GO: R$ 2,4 milhões
- Criciúma: R$ 2,3 milhões
- Atlético-GO: R$ 2 milhões
- CRB e CSA: R$ 1,5 milhão
- Sampaio Corrêa: R$ 1,3 milhão