Revista Encontro

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Lembranças de Pã

João Paulo Martins
None - Foto: Èlcio Paraíso/Bendita/Divulgação

O Brasil ainda está engatinhando quando se trata de consumo de vinho. Com apenas 2 litros per capita, estamos bem atrás de países europeus, que chegam a consumir 30 litros per capita. Além disso, depois de duas décadas formando um púbico consumidor com conhecimento mais aprimorado, os produtos mais vendidos ainda são originários do Uruguai, Argentina e Chile. Em Belo Horizonte as opções de restaurantes com adegas variadas e completas fez com que a Encontro Gastrô (clique aqui para votar) criasse a categoria Cartas de Vinhos e Melor Sommelier, que é o profissional responsável pela escolha do produto a ser vendido e orientação ao consumidor.

 

De acordo com Flávio Morais, diretor da importadora e distribuidora Decanter, a evolução do mercado é constante, e a informação está mais acessível, o que deixa as pessoas mais esclarecidas e aptas a experimentar novos produtos: "Os mineiros são mais ansiosos na busca de informações e estão tomando bons vinhos. Costumo dizer que se conseguirmos alcançar, no futuro, dez por cento do mercado da cachaça, seremos os maiores consumidores de vinho do mundo".

 

Para Flávio Morais, o perfil de consumo de vinho mudou e está mais qualificado
 

 

E mesmo que não exista um aumento no consumo per capita, o importante, segundo Flávio Morais, é que as pessoas estão migrando do vinho comum e doce para os finos, mais elaborados. "É importante saber mudar o perfil de consumo de forma consciente e organizada. O Brasil é a bola da vez, e o mineiro faz parte dessa evolução".

 

Com relação aos tipos de uvas (veja imagem abaixo) mais consumidas no país, ainda estamos ligados à publicidade e origem da informação, o que faz da produção argentina, chilena e uruguaia as mais comuns: malbec, cabernet, merlot e tannat. Neste caso, a criação do Mercosul também favoreceu, com as baixas taxas de importação, o que fez desses vinhos os mais acessíveis aos consumidores brasileiros.

 

Mas já é possível adquirir produtos que não eram comuns, especialmente de países do leste europeu.

Da região de Brda, na Eslovênia, que faz divisa com o norte da Itália, com seu clima moderado, em meio aos Alpes, e influência do mar Mediterrâneo, a vinícola Simčič traz aos curiosos, vinhos encorpados e complexos, elaborados com rebola, pinot noir e sauvignon. "Minha vinícula tem 18 mil hectares e fica parte na Itália e parte na Eslovênia. Produzimos de forma orgânica num microclima muito específico. E grande parte da produção é de uva rebola", explica Marian Simčič, proprietário da vinícola.

 

O produtor esloveno Marian Simcic traz, pela primeira vez, seus vinhos ao Brasil
 

 

Outra região produtora, cujos vinhos chegaram recentemente ao país é a Hungria. Um exemplo é a vinícola Attila Gere, que produz há sete gerações, e fica na região norte do país, próximo à Eslováquia. As uvas típicas são o carro-chefe, como riesling itálico, syrah e merlot. "O clima é quente e o foco é nas uvas vermelhas. Todo mundo na família trabalha na produção. São 70 mil hectares trabalhados de forma orgânica", diz Andrea Gere, responsável pela vinícula.

 

Conheça os principais tipos de uvas:

 

 

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