Segundo a Epamig, o objetivo é estimular a produção em grande escala de vinhos finos de qualidade. A técnica utilizada pela instituição para produção de videira é a enxertia de mesa, ou seja, os ramos de porta-enxertos e de cultivares produtoras são enxertados por uma máquina e depois de formado o calo de cicatrização, são levados para enraizamento no campo, e, então, são produzidas as mudas.
De acordo com o pesquisador Murillo de Albuquerque, da Epamig, há algumas vantagens na utilização de mudas enxertadas na implantação ou revitalização do vinhedo: uniformidade do plantio, redução de falhas, redução de mão-de-obra com enxertia no campo e garantia de plantar material sadio, sem viroses, com melhor potencial produtivo e qualitativo, além de maior longevidade.
"Até o momento, foi possível substituir a importação anual de mais de 2 milhões de videiras por ano", conta o pesquisador. De acordo com ele, a Epamig aumentou a capacidade de produção de material vegetal isento de viroses. "Ao mesmo tempo, a procura por mudas de qualidade é crescente".
A previsão é que, a partir deste ano, pelo menos cinco empresas produzam e comercializem vinhos finos para o mercado nacional. Com base na técnica de dupla poda, 20 produtores rurais implantaram cerca de 150 hectares de vinhedos, contribuindo para criação de um novo polo nacional de vinhos finos de qualidade.
Esses produtos, muito apreciados por consumidores mais exigentes, estão sendo fabricados em regiões tradicionalmente cafeeiras em algumas cidades de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Nosso estado, aliás, é pioneiro na produção de vinhos finos a partir da uva syrah, por meio da inversão do ciclo, técnica conhecida como dupla poda da videira, desenvolvida pela equipe da Fazenda Experimental da Epamig, em Caldas, e coordenada pelo pesquisador Murillo..