Revista Encontro

Bem-estar

Será que agave é um bom adoçante?

Especialista fala sobre esse substituto do açúcar que virou moda nos Estados Unidos, e está começando a ser usado no Brasil

Vinícius Andrade
Tomar um cafezinho sem adoçá-lo é um desafio para muitas pessoas.
Ciente dos riscos que o excesso de açúcar pode causar no organismo, muita gente busca alternativas mais saudáveis. A bola da vez é a agave, uma planta suculenta de origem mexicana, que é matéria-prima para a fabricação da tequila. Alguns consideram seu xarope um adoçante natural e uma boa alternativa ao açúcar, devido ao baixo índice glicêmico. Porém, outros julgam o alimento como um risco, devido à grande quantidade de frutose, que é metabolizada diretamente no fígado. Afinal, o néctar ou xarope de agave é uma opção recomendada?

Segundo a nutricionista Elisabeth Chiari, diretora do Conselho Regional de Nutricionistas de Minas Gerais, ainda faltam pesquisas para se determinar os benefícios ou malefícios do "novo" adoçante. No entanto, um ponto positivo para o xarope de agave é o baixo índice glicêmico (entre 10 e 20), quando comparado a outros tipos de açúcar – o mel, por exemplo, possui nível glicêmico de 55. "Esse índice é importante, pois retrata a velocidade com que a taxa de açúcar no sangue aumentará.
Portanto, quanto mais baixo o índice glicêmico, melhor será para o organismo, principalmente se associado com um tipo de fibra, como aveia, linhaça ou quinoa", explica a especialista.

O agave também possui um poder adoçante maior que o açúcar comum, portanto, deve ser consumido em menor quantidade. Ele é basicamente composto por frutose (85%). De acordo com Elisabeth, o monossacarídeo em excesso, associado à má alimentação e inatividade física, aumenta o colesterol e o depósito de gordura abdominal. Além disso, grandes quantidades de frutose sobrecarregam a função hepática. Porém, quando há uma fonte de fibra associada, o trabalho do fígado é diminuído.

Segundo a nutricionista, a agave é um bom substituto para o açúcar, por possuir baixo índice glicêmico. Mas, em excesso, pode causar problemas no fígado - Foto: Docakilah.wordpress.com/Reprodução

Mediante essas características, a nutricionista recomenda o consumo moderado do agave. "É uma boa opção para quem não quer utilizar o açúcar comum ou adoçante artificial, e precisa de um controle na ingestão de carboidratos simples. Como possui um poder adoçante maior, é necessário diminuir a quantidade a ser adicionada nas preparações, para se ter o efeito desejado", recomenda a especialista.

E os diabéticos?

Pelo alto teor de frutose, o consumo à vontade de agave não é recomendado para diabéticos. Segundo a nutricionista, uma boa alternativa é adicionar fibras junto à preparação. Suco com agave e chia, vitamina de frutas com agave e aveia ou linhaça são algumas opções.

Alternativa

A medida mais indicada é evitar adoçar as bebidas e alimentos. Deve-se aproveitar o açúcar natural. "Para conseguir alcançar esse objetivo, conte quantas gotas de adoçante você adiciona em sua preparação e tente ir diminuindo a cada uso", recomenda Elisabeth Chiari.

Confira os principais substitutos do açúcar comum, segundo a nutricionista:

.