Segundo a pesquisadora Janice Lima, da Embrapa, essas formulações representam um aprimoramento do hambúrguer feito unicamente com a fibra de caju e condimentos, por adicionarem proteína vegetal em sua composição. Estudos realizados pela instituição de pesquisa agropecuária identificaram que o produto feito apenas com a fibra de caju apresentava aceitação sensorial mediana e baixo teor proteico. Foram desenvolvidas, então, as novas formulações que associam uma fonte proteica vegetal ao bagaço do caju e condimentos que aprimoram o paladar.
Em comparação com outros hambúrgueres vegetais disponíveis no mercado, o hambúrguer de caju da Embrapa apresentou excelente aceitação em testes de análise sensorial e de intenção de compra. Além disso, possui apenas metade das calorias do seu similar de carne bovina e pode ser uma boa alternativa para compor dietas com restrição ao consumo de proteína animal, vegetarianas ou veganas.
A tecnologia já está finalizada e disponível a interessados em fabricar o produto. "A ideia é promover o aproveitamento do subproduto da fabricação de suco de caju, aumentando a cadeia de valor da cajucultura", diz a pesquisadora. Segundo ela, a fibra, que é abundante e barata, pode ser aproveitada em inúmeros produtos, como biscoitos e barras de cereal, dentre outros.
Bom e barato
O principal insumo do hambúrguer vegetal, a fibra do caju, representa apenas 3% dos custos variáveis de composição do produto.
Como a principal matéria-prima é barata, existe uma repercussão no preço final do produto. O estudo de viabilidade econômica aponta que enquanto o quilo de outros hambúrgueres vegetais pode ser encontrado no mercado por R$ 50, o do hambúrguer vegetal desenvolvido na Embrapa pode ser comercializado por R$ 12 (24% a menos do preço de outros tipos de hambúrguer vegetal). O preço é também menor que o do hambúrguer de carne bovina, cujo quilograma pode ser encontrado no mercado por R$ 15.
(com Assessoria de Imprensa da Embrapa).