A cachaça, a mais original das bebidas brasileiras, também chegou ao mundo virtual por meio de um aplicativo para consultas de seus apreciadores. A ideia partiu de uma dupla de empreendedores mineiros que criou o aplicativo Cachaciê, com apoio do Sebrae. "Nosso produto estimula os consumidores a conhecerem mais sobre as bebidas disponíveis no mercado, a diferenciá-las e a obter informações como preço médio, notas e comentários", explica Ana Laura Guimarães, gestora executiva do projeto.

A marca Cachaciê faz referência ao sommelier da cachaça, aquele que conhece e entende da bebida. "Estamos tendo muito cuidado e cautela nos processos de testes e ajustes do nosso produto", frisa Paulo Henrique Silva Guimarães, sócio da Ana Laura. O aplicativo já está disponível nas lojas Google Play e App Store e também está presente nas redes sociais Facebook e Instagram.

Agora, o foco está direcionado ao site, que deve ganhar novas opções. "Até o fim do mês, ele conterá lista de cachaças e de produtores, página com explicação sobre o app, blog, notícias, novidades e contatos", promete Ana Laura. Uma vez finalizada, a página vai permitir, entre outros serviços, o reconhecimento automático da cachaça por meio da análise do rótulo, bem como trará uma lista das melhores do país. Tal qual já existe no mundo do vinho.

Além de consumidores e apreciadores, o Cachaciê é destinado também aos produtores, distribuidores, revendas, fornecedores e prestadores de serviços especializados na cadeia produtiva da cachaça, consultores, acadêmicos e formadores de opinião. Os empreendedores pretendem disponibilizar cerca de mil rótulos até o final de 2016 e cadastrar 95% dos produtos no mercado, a partir de informações do Ministério da Agricultura.

Mercado da "branquinha"

A cachaça (aguardente, pinga, birita, branquinha, manguaça, engasga-gato, calibrina etc.) é hoje a única bebida brasileira com potencial para provocar um "boom" no mercado internacional. O destilado possui, por Decreto Federal, o título de Bebida Nacional do Brasil e, por leis estaduais, é Patrimônio Cultural em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Os bares e restaurantes, com 70% da preferência, são os locais preferidos para a degustação da branquinha que, de norte a sul do país, é fabricada industrialmente (70%) ou em alambiques (30%).

Dados de 2012 do Centro Brasileiro de Referência da Cachaça informam que a cachaça, o 3º destilado mais consumido no mundo, contabiliza números significativos no país: 40 mil produtores legalizados (98% micro e pequenos empresários) produzem 4.000 marcas; os postos de trabalho, diretos e indiretos, chegam a 600 mil; por ano são consumidos 11,5 litros, por habitante; a movimentação de valores anuais, na cadeia produtiva, é de R$7 bilhões; no market share (participação no mercado) de destilados do Brasil, a cachaça responde por 87%.

(com Agência Sebrae).