A nova atividade surgiu após a crise cafeeira em Ouro Verde de Minas. O nome da cidade é uma referência à principal atividade da região no século XX: produção de café. Mas, nos últimos tempos, muitos trabalhadores rurais preferiram colher café no estado vizinho, o Espírito Santo. A dificuldade em conseguir mão de obra para o trabalho nos cafezais fez com que muitos produtores abandonassem ou diminuíssem o investimento nessa cultura típica de Minas.
Foi justamente numa ida ao Espírito Santo, para trabalhar na colheita do café, que Maelson Borges vislumbrou a nova oportunidade de renda. "Eu cheguei com as mudas de pimenta-do-reino do Espírito Santo e procurei a Emater para me ajudar a plantar. A empresa foi dando assistência à medida que a lavoura ia se desenvolvendo", comenta o produtor rural.
O plantio de Maelson foi feito numa área de aproximadamente 2,5 mil m², em conjunto com outras culturas. Com a orientação da Emater, foi utilizada a irrigação por gotejamento.
Pimenta com melancia
Com o sucesso do primeiro plantio de pimenta-do-reino em Ouro Verde de Minas, novas áreas sugiram no município. Hoje, são 15 produtores que investem na atividade, com 15 mil mudas plantadas. Em muitos casos, a opção é o consórcio com outras culturas.
O produtor Cícero Eller e o filho, Cícero Júnior, investiram no plantio de 7 mil mudas. No caso da propriedade da família, a pimenta foi plantada na mesma área de uma lavoura de melancia.
"O café acabou por falta de mão de obra e preços ruins. Tentamos a pecuária. Só que ficou inviável por causa da seca. Aí surgiu a pimenta. Fomos até o Espírito Santo, aprendemos um pouco mais sobre a atividade. É uma cultura que consome pouca água e a produção é rápida. No preço que está hoje, é um dos melhores negócios que temos na região", explica Cícero Eller.
(com Agência Minas).