Revista Encontro

Gastrô | Evento

Vem aí o Botecar de Verão

Festival que reúne os principais bares de BH ganha segunda edição no ano, em novembro, com 60 estabelecimentos

Aline Gonçalves
Alcione Pidner, da Cervejaria Seu Romão, Nicola Vizioli, da Família Paulista, Márcia Soares, da Casa Velha Bar e Restaurante, Eliza Fonseca, do Bar da Lora, e Sebastião Lage, do Doca Medeiros celebram a nova iniciativa: 45 bares que participaram da edição do início do ano voltam a oferecer seus petiscos - Foto: Pedro Nicoli/Encontro
Quando as temperaturas sobem é ainda melhor sair com a turma ou com a família, beber uma cerveja gelada e saborear um bom petisco. E se o preço ajudar fica perfeito. Por isso tudo, a primeira edição de um festival que reúne os mais tradicionais bares da capital mineira, em novembro, já chega com expectativa entre participantes e o público.

O Botecar de Verão - A Seletiva será entre 3 e 27 de novembro com aproximadamente 60 estabelecimentos. O evento trará um modelo "dois em um". Cerca de 45 botecos que participaram da edição regular do festival, ocorrida entre abril e maio, e estão selecionados para 2017 vão apresentar o mesmo petisco do início do ano (criado com o tema mineiridade), agora harmonizado com uma das três opções da cerveja Brahma Extra e a preço promocional fixo (ainda não definido pela organização). Os demais botecos participam de uma espécie de classificatória para o festival principal. Será como um "grupo de acesso", com 15 bares disputando cinco vagas para o evento do primeiro semestre do ano que vem. Para isso, eles vão apresentar seus petiscos tradicionais, já que o objetivo é mostrar aos botequeiros o potencial de cada lugar, e passarão por votação popular e de júri especializado.

"A ideia é promover os bares e movimentá-los em uma época em que quase não há festivais, além de trazer oportunidade para o público revisitar os petiscos a bom preço", diz o organizador Antônio Lúcio Martins.
"Da mesma forma, é uma chance inovadora de as pessoas participarem da seleção dos botecos, deixando o evento mais democrático." Até então, os novos bares (sempre em torno de 10%, de um ano para outro) eram escolhidos pela produção, via indicação de donos de outros estabelecimentos ou do público, pelo site oficial, por exemplo. "A renovação dos participantes é natural e depende do ano, de fechamentos e mudanças de proposta", explica Antônio Lúcio.

Os sócios Felipe Faleiros, Valéria Profeta e Guilherme Lopes, do Bitaca Capetinga: bar é um dos 15 novatos que disputam a preferência do público para uma vaga na edição de 2017 - Foto: Victor Schwaner/EncontroEntre os novatos, ao menos três já estão definidos: Zé Pileque e A Butequeria, ambos no Buritis, bairro até então sem representantes no Botecar, além de Bitaca Capetinga, no Anchieta. "Estamos muito animados. Será interessante porque acredito que receberemos gente de fora do bairro e poderemos testar a força do nosso trabalho", diz uma das sócias da Bitaca Capetinga, Valéria Profeta. Formada em gastronomia, ela ainda não definiu seu petisco. "Nosso cardápio é variado e, por semana, colocamos ao menos quatro opções novas", diz. Entre os sucessos da casa, aberta há dois anos e com capacidade para 120 pessoas, estão o dadinho de tapioca com geleia de pimenta artesanal, a tilápia na farinha panko com molho de limão e o bolinho de arroz.

Os bares já consagrados pelo evento principal de 2016, por sua vez, também comemoram a visibilidade que esta segunda edição traz. Dono da Cervejaria Seu Romão, atual campeã do Botecar, Felipe Pidner vai aproveitar o período para apresentar outras novidades. "Estou reformando minha cozinha e vou inaugurar um parklet (área que funciona como uma extensão da calçada, com estrutura de convívio, montada onde eram vagas para carros)", diz ele, que conta com a mãe, Alcione Pidner, na administração do local. Caso a boa perspectiva se confirme, ele pretende contratar duas pessoas durante o evento. O petisco Despachadinho, costelinha defumada ao molho de jabuticaba acompanhada de cestinha de queijo (comestível) e bolinhos de batata-baroa recheados de muçarela, já é, hoje, o carro-chefe do bar.

- Foto: À frente do Casa Velha Bar e Restaurante, que conseguiu o segundo lugar com um tira-gosto que leva couve recheada com angu de bacon, linguiça e taioba gratinada com queijo minas, torresmo de barriga a pururuca, farofa de limão e ovos de codorna, Márcia Soares também vê a proposta como algo positivo. "Há toda uma mobilização, os clientes ficam animados. Como novembro tem feriados, acho que o pessoal vai querer sair de casa mais, e o festival é uma motivação", afirma.
Ela pretende incluir música ao vivo às sextas, durante o Botecar de Verão.

A empresária Eliza Fonseca, do Bar da Lora, acredita que iniciativas como essa são fundamentais em um ano economicamente instável. "Novembro não costuma ser um mês bom, e acho que o evento vai impulsionar as vendas. Nas redes sociais, as pessoas já estão comentando", diz ela, que conquistou o quinto lugar em 2016 com o petisco Bem Mineiro, purê de abóbora com almôndega acompanhado de torresmo de barriga e torradas temperadas.

Seja para experimentar um petisco campeão, provar algo que não deu tempo no evento do primeiro semestre, seja mesmo para relembrar um sabor a preço melhor ou escolher os botecos novatos, o evento é promessa de mais um mês para confraternização entre os mineiros.

(Fotos: Geraldo Goulart/Encontro) - Foto: .