Com o objetivo de ajudar os produtores locais a fabricar uma cachaça certificada e de melhor qualidade, o professor deu início a um projeto de desenvolvimento de equipamentos para produção de cachaça artesanal com controle de substâncias tóxicas, levando em conta o padrão internacional de qualidade da bebida. O estudo resultou na criação de protótipo de equipamento para produção da cachaça capaz de livrá-la das impurezas e toxinas que fazem mal à saúde, preservando os processos artesanais e tradicionais de produção da bebida.
O protótipo desenvolvido, além de abrigar um tipo diferente de condensador, possibilita a remoção dos elementos tóxicos da bebida, fazendo a cachaça alcançar os níveis de qualidade exigidos para a certificação internacional e consequente exportação. "Quando se faz a cachaça de forma artesanal, o processo gera uma série de subprodutos tóxicos, tais como cobre, uretano (que é cancerígeno) e metanol, este último, um álcool extremamente maléfico para a saúde, com efeitos danosos, por exemplo, ao fígado. Garantindo a ausência desses subprodutos, os produtores vão conseguir a certificação internacional para então exportar o produto", explica Helmuth Siebald.
Resistência da tradição
Segundo o professor de Química, o maior obstáculo enfrentado pela equipe do projeto é a resistência de muitos produtores em mudar seus métodos de produção familiar, uma vez que o protótipo implica novos processos. "Muitas famílias produzem cachaça seguindo receitas de seus avós e antepassados, ou seja, adotam processos muito antigos e tradicionais que eles não querem mudar", diz Helmuth.
O alambique inovador já está sendo testado nos laboratórios do departamento de Química da UFMG, e a próxima etapa do estudo é analisar quais partes do processo de produção poderão ser objeto de patentes. "Já estamos testando a máquina e fazendo análises químicas da cachaça produzida. Esperamos que, em breve, o equipamento comece a ser usado por produtores da região metropolitana de Belo Horizonte.
(com Boletim da UFMG).