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Saúde

Coca-Cola vendida no Brasil é a que tem maior concentração de substância que pode causar câncer

Proveniente do corante Caramelo IV, o 4-MI consta da lista da OMS de substâncias potencialmente cancerígenas

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Um teste feito pelo Centro para Ciência de Interesse Público (Center for Science in the Public Interest, no original em inglês), em Washington, Estados Unidos, em 2012, mostrou que a concentração de 4-metil-imidazol (4-MI), que faz parte do corante Caramelo IV, na Coca-Cola vendida no Brasil é a maior entre todos os países avaliados.
Foram analizadas latas da bebida originárias do Canadá, dos Emirados Árabes, do México, do Reino Unido e de dois estados dos Estados Unidos.

Vale dizer que após o Programa Nacional de Toxicologia do governo dos Estados Unidos ter apontado efeitos cancerígenos do 4-MI em cobaias, a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer, vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), incluiu a substância na lista dos ingredientes com capacidade de provocar câncer.

De acordo com o teste feito nos EUA, a Coca-Cola vendida no Brasil contém 263 microgramas (mcg) de 4-MI em cada 350 ml, cerca de 267 mcg/355 ml (equivalente a uma lata da bebida). Essa concentração está bem acima da mesma bebida à base de noz de cola vendida no Quênia, por exemplo, que possui 170 mcg por 355 ml. A menor quantidade da substância de potencial cancerígeno é encontrada na Coca à venda na Califórnia (EUA), que concentra apenas 4 mcg/355 ml.

Aliás, o governo da Califórnia estipulou o limite de 29 microgramas de 4-MI nos produtos para que as empresas tenham de colocar uma advertência nos rótulos. Segundo as autoridades americanas, o consumo diário acima desse valor faz com que o risco de se adquirir câncer suba para um caso a cada 100 mil pessoas.

Para quem não sabe, o Brasil não possui uma legislação específica que obrigue a indústria a informar a quantidade de 4-metil-imidazol nos produtos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apenas exige que as empresas citem a presença do corante Caramelo IV, que é classificado como "orgânico sintético idêntico ao natural".
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