O espaço cultural, destinado à promoção do segmento, começa a funcionar até o final do ano, em casa tombada no Centro de Cultura Presidente Itamar Franco, no bairro Santo Agostinho. O complexo abriga atualmente a Orquestra Filarmônica e em breve receberá também a Rádio Inconfidência e a TV Rede Minas. A ideia é que a Mineiraria promova os produtos da culinária mineira, além de oficinas, eventos e intercâmbio entre chefs de todo o país.
A casa faz parte do programa %2bGastronomia, lançado em maio pelo governo do estado em parceria com o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas (Codemig) e outras entidades públicas e privadas. O programa visa incentivar, fomentar e valorizar toda a cadeia envolvida na produção: desde a agricultura familiar até o comércio. "A indústria, como conhecemos hoje, vai desaparecer dentro de pouco tempo, substituída por uma economia muito mais leve e dinâmica", afirmou, na cerimônia de lançamento, o governador Fernando Pimentel. Ele lembrou que a culinária, além de ser um aspecto fundamental na sociedade mineira, é geradora de emprego e renda.
A Mineiraria estará em ampla casa de 1,2 mil m2 e terá espaço para escola de gastronomia e mesmo um pequeno museu, reverenciando os quitutes mineiros. "Já temos muitas pessoas interessadas em doar rótulos de cachaça antigos e até fogões históricos", afirma Carolina. Alguns produtos âncoras deverão ganhar espaço na casa, como o café, cachaça, queijos artesanais, doces de compotas e novidades que começam a ganhar espaço no estado, como azeite e vinho. O ambiente vai ter gestão pública e privada e todas as atividades serão definidas por um Grupo Gestor da Política e um Conselho Curador, presidido pela Codemig. Ambos terão diferentes integrantes da administração pública, bem como entidades representantes da cadeia produtiva do setor.
"Por meio do conselho vamos discutir a programação e os serviços e produtos que serão oferecidos", afirma Fernanda Machado, diretora de fomento à indústria criativa da Codemig. A casa, de dois andares, diz, tem capacidade para receber eventos diferenciados. "Poucos lugares têm amplo espaço de visitação para se conhecer a história e os produtos da gastronomia", completa.
Apreciada por suas cores, sabores e aromas marcantes, a culinária mineira tem forte potencial para atrair novos negócios, empregos e turistas para o estado. Os ingredientes não faltam. Receitas preparadas de formas simples, como é o caso do pão de queijo e do queijo de minas, são conhecidas como "patrimônio cultural" de Minas Gerais. "Queremos que a Mineiraria seja um ambiente criativo e mostre a gastronomia das Minas e dos Gerais", afirma Carolina. E que seja um tempero, é claro, no preparo de pratos nacionais e internacionais.
A gastronomia mineira em números*:
Eventos gastronômicos anuais: 154
Roteiros estruturados nas regiões turísticas: 19
Cursos em funcionamento de nível tecnológico: 16
Produtores de queijo de minas artesanal: 254
Produtores de cachaça: 509
Marcas de cachaça: 1.020
Agricultores familiares: 390 mil
Negócios no setor de alimentação fora do lar: 105,6 mil
Participação das indústrias de alimentos e bebidas no PIB mineiro: 20%
Participação nas exportações do estado: 29%
*Fonte: governo, ministérios e entidades do setor.