Vários estudos já descreviam as propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e até anticancerígenas da curcumina. Agora, os cientistas conseguiram aumentar as taxas de sobrevivência em animais de laboratório com sepse utilizando uma solução à base da especiaria. Esses animais viveram 20% a mais que os demais, além de apresentar redução considerável nos níveis de citocinas pró-inflamatórias (moléculas do sistema imunológico que respondem a processos inflamatórios) no sangue.
Segundo Carlos Henrique Rocha Catalão, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, foi utilizada uma dosagem de curcumina não prejudicial aos ratos sépticos. Ao contrário, ela "aumentou temporariamente a sobrevida". Por não encontrarem a substância no plasma dos animais 24 horas após o choque séptico, os cientistas sugerem que a curcumina pode ter sido distribuída pelos tecidos do organismo animal e exercido suas propriedades terapêuticas.
Para o Catalão, mesmo se tratando de pesquisa em modelo animal, os resultados "devem estimular mais estudos in vivo, que são necessários para esclarecer o efeito da curcumina, especialmente na produção de óxido nítrico durante a sepse".
No sistema imunológico, o óxido nítrico tem a função de combater a infecção, mas em alta produção – como a que acontece na sepse – pode ser prejudicial.
(com Jornal da USP).