Revista Encontro

Ingrediente

Cogumelo é fonte de renda para pequenos agricultores

Os fungos comestíveis estão conquistando cada vez mais brasileiros

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Apesar de fazer parte da alimentação humana há milênios, os cogulemos, que possuem inúmeros benefícios para nossa saúde, estão se tornando mais comuns no prato dos brasileiros e dos mineiros.
Segundo a Associação Nacional de Produtores de Cogumelo, em 2013 o Brasil tinha cerca de 300 produtores e, hoje, a estimativa é que o número já tenha se aproximado de mil. A maior parte da produção, que vem do estado de São Paulo, é do tipo champignon de paris, mas nosso país também produz as variedades shiitake, shimeji branco e preto e o eringui.

"Por ser um fungo que se alimenta de matéria orgânica em decomposição, é preciso ter um substrato adequado para o cultivo do cogumelo", explica o extensionista agropecuário Glaidson Guerra, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), de Nova Lima. Esse substrato pode ser feito com diversos materiais, como palha, esterco, serragem, bagaço de cana e borra de café. "A escolha varia de produtor para produtor. Normalmente, é utilizado material que exista em abundância na região da plantação. Cada um tem uma especificidade, e o segredo para a produção é o substrato", comenta o especialista.

Antes do fungo ser cultivado, o substrato precisa passar por um processo de esterilização, pois, segundo Glaidson Guerra, isso evita que o cogumelo tenha competidores e não se desenvolva de forma adequada. Fatores como temperatura, umidade e iluminação também são fundamentais.
O fungo precisa, principalmente, de temperaturas amenas e muita umidade para crescer. Por isso, em geral, a produção é feita em estufas, o que garante colheita o ano inteiro.
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O produtor Roney Rocha foi um dos primeiros a trabalhar com o fungo em Minas Gerais. Começou há 30 anos. "Descobri a produção porque eu sou vegetariano e queria produzir algo ligado à terra. O cogumelo apareceu como alternativa produtiva, alimentar, por ser rico em proteína, e que utiliza resíduo vegetal na produção", conta.

Ele começou produzindo em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, a variedade hiratake, apenas para consumo próprio. Hoje, ele tem quatro funcionários e comercializa, além do hiratake, cogumelos shimeji, flórida e salmão. "Produzo, em média, 500 kg por mês, em uma área de 400 m². Minha venda é quase toda feita direta ao consumidor final e também em feiras", diz Roney Rocha.

Em função da pouca exigência de espaço e das diversas opções de materiais para montagem das estufas, a atividade é considerada de baixo investimento e boa rentabilidade.

Benefícios

Como esclarece a Emater-MG, o cogumelo é rico em vitaminas do complexo B, sais minerais e fibras. Com baixo teor de carboidratos, gorduras e colesterol, ainda possui riboflavinas, substância que favorece o metabolismo de gorduras, açúcares e proteínas no organismo. Os antioxidantes presentes na composição do fungo auxiliam o sistema imunológico e possuem ação anticancerígena.

Outra característica do fungo comestível é que ele pode ser tão rico em proteína quanto a carne vermelha. Ou seja, é um ótimo ingrediente para as refeições vegetarianas ou veganas.

(com Agência Minas).