A pesquisa foi coordenada pela nutricionista Cibele Busch Furlan, da Unicamp, em parceria com especialistas da Universidade de Lund, na Suécia.
Nos teste efetuados em animais, vários parâmetros metabólicos foram controlados quando as cobaias recebiam o azeite como parte da alimentação, por cerca de três meses. Na segunda fase, realizada na Suécia, o trabalho foi concentrado na reação dos humanos ao subproduto do abacate. Quando submetidos a uma refeição hipercalórica e hiperlipídica (gordurosa), os voluntários que consumiram o ingrediente já observaram benefícios logo após a ingestão. Os cientistas avaliaram índices metabólicos referentes à glicemia, ao colesterol, ao triglicérides, às inflamações, entres outros, em 13 adultos saudáveis, não diabéticos, na faixa etária de 65 anos, que sofrem um processo inflamatório crônico e latente em decorrência do sobrepeso.
Os pesquisadores fizeram com que os participantes consumissem um café da manhã constituído por pão, batata frita, bacon, ovo e manteiga durante uma semana. Nos sete dias seguintes, o mesmo cardápio foi sugerido, substituindo a manteiga por azeite de abacate. Todos tinham 30 minutos para a refeição e imediatamente depois foi realizada a primeira coleta de sangue, repetida em intervalos de 30 minutos, durante quatro horas. A substituição da manteiga pelo óleo representou uma redução significativa da glicemia, do colesterol total, do triglicérides, da inflamação, além da melhoria da função da insulina e da redução da endoxemia – passagem de determinadas substâncias, que provocam infecção, do intestino para a corrente sanguínea.
Para Cibele Furlan, esses resultados reforçam a importância da escolha correta quanto à qualidade dos alimentos e principalmente das gorduras, independentemente das calorias ingeridas, já que os alimentos com compostos naturais são fundamentais para melhora dos marcadores biológicos, promoção e manutenção da saúde.
Embora os efeitos mais imediatos ocorram com a ingestão do azeite de abacate, Cibele considera que o consumo da fruta traz ainda o benefício das fibras. Mesmo porque o custo desse óleo é ainda muito alto e sua adição nos alimentos causa um sabor menos agradável. Além disso, para que os benefícios sejam mantidos, o consumo deve ser feito com o produto em temperatura ambiente ou, no máximo, em preparados rápidos.
"A preocupação não deve ser apenas com a quantidade do que se come mas, principalmente, com a qualidade das gorduras ingeridas, de forma a garantir o equilíbrio dos marcadores de gorduras e anti-inflamatórios", orienta a nutritcionista.
(com Jornal da Unicamp).