Luana Drumond, da Doce que Seja Doce: "O chocolate rosa atrai curiosos, mas por ser mais doce não agrada a todos" - Foto: Violeta Andrada/EncontroSim, é
rosa! Primeiro a empresa suíça
Barry Callebaut invadiu o mercado com o tal
chocolate belga. Mudou a forma de o brasileiro consumir o
doce. Agora, a última invenção da companhia é alterar a
cor do
chocolate. É a primeira inovação em termos de
cores naturais desde que a
Nestlé criou o chocolate
branco, há mais de 80 anos. O grande segredo por trás da cor
rosa do
ruby está na seleção dos
frutos de
cacau. A Callebaut notou que alguns aspectos do
solo e do
clima impactam as características das
amêndoas, influenciando sua
cor e
sabor. Antes da descoberta, as tais
amêndoas eram apenas usadas juntamente com as outras na produção de
chocolates ao leite e
amargo.
Não pense, no entanto, que foi fácil chegar à tão desejada
cor rosa - de forma
natural, sem o uso de
aditivos. Foram mais de 10 anos de
pesquisas até chegar ao
produto final, que apresenta um
sabor frutado.
Para Astrid Duarte, proprietária da
chocolateria L’Or Noir, apesar de ter 47% de
cacau, o
ruby tem um gosto mais parecido com o do
chocolate branco. "Só no finalzinho você sente um
sabor ácido", diz ela, que usa o
rosa para fazer
barrinhas (R$ 7,60, 38 gramas) e bombons (R$ 3,75, a unidade).
Foram mais de 10 anos de pesquisa da marca suíça Callebaut até chegar ao produto ideal: grande segredo por trás da cor está na seleção dos frutos de cacau - Foto: Callebaut/DivulgaçãoO
ruby foi lançado em 2017, mas só chegou por aqui no início deste ano. As prateleiras das
docerias de
Belo Horizonte acabaram pintadas pelos
tons da novidade da
Callebaut, principalmente durante a
Páscoa. Foi durante esse período, inclusive, que a confeiteira
Cynthia Géo, da
Confiserie by Cynthia Géo, começou a usá-lo em suas receitas. Desde então, os clientes podem tanto se deliciar com os
bombons rosados recheados com
geleia de
framboesa ou
pistache (R$ 360, o quilo), quanto apreciar a delicadeza da
rosa -
rosa! - de chocolate (R$ 5,50, a unidade). "Tenho clientes que amam e outros que odeiam", conta. Já na
Doce que Seja Doce, da
chocolatière Luana Drumond, o
ruby está nas trufas (R$ 4,90, a unidade), que aliam o sabor intenso do
brownie do
recheio com as características de
notas frutadas da cobertura. "O
chocolate rosa atrai curiosos, mas por ser mais
doce não agrada a todos", diz ela.
Fany e Ari Balabram, sócios da Fany Bombons: ingrediente é usado na produção de pirulitos de chocolate - Foto: Violeta Andrada/EncontroComo se vê, especialistas ainda se mostram um pouco divididos sobre a novidade. Para
Victória Aquino, promotora de vendas da
Maria Chocolate, é só uma questão de tempo até que o
ruby caia no gosto do povo. A loja de
Lourdes oferece o produto em
barra (R$ 209,90, pacote com 2,5 kg). Já
Ari Balabram, sócio da
Fany Bombons, não aposta todas suas fichas no tal chocolate rosa. "É bonito, tem um
sabor frutado, mas pessoalmente não achei muita graça", diz ele, que atualmente usa o ingrediente na produção de
pirulitos de chocolate.
Astrid Duarte, da
L’Or Noir, faz coro: "Foi que nem lançamento de filme, criaram muita expectativa para pouca realidade", afirma.
Pelo visto, o
ruby ainda terá de vencer a desconfiança do grande público até alcançar o status de queridinhos no tapete vermelho dos
chocolates.
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