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CONSUMO

Como saber se um azeite é bom?

Especialistas dão dicas para ajudar a identificar a qualidade do azeite de oliva, produto que constantemente é alvo de adulterações no Brasil

Marcelo Fraga
Fatores como preço, embalagem e acidez podem ajudar a escolher um bom azeite, de acordo com especialistas - Foto: Pixabay
Há três semanas, o Ministério da Agricultura ordenou o recolhimento de lotes de 32 marcas de azeite de oliva porque os produtos estavam adulterados. As empresas são suspeitas de terem adicionado outros óleos, que não eram do fruto da oliveira, aos azeites - para ser considerado azeite, o produto precisa ser totalmente composto de óleo de oliva.

Infelizmente, a adulteração de azeite no Brasil é comum. Por isso, a Agência Minas convidou especialistas para ajudar os consumidores a escolher azeites de oliva de qualidade, evitando, deste modo, levar para casa produtos de procedência duvidosa.

Rótulo

A primeira dica é ler o rótulo com atenção. "Há características interessantes a serem observadas no momento da compra, como, por exemplo, o frescor e a data do envase - quanto mais jovens os azeites, melhores suas características", recomenda o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Luiz Fernando de Oliveira, em entrevista à agência de notícias do Governo de Minas Gerais.

Outro aspecto importante, que também deve ser observado no rótulo do azeite de oliva é o local de envasamento do produto. De acordo com o especialista, os consumidores devem dar preferência para os azeites que foram extraídos e envasados no mesmo local. Isso porque os que são produzidos num lugar e engarrafados em outro "têm mais chances de serem adulterados".

Embalagem e local de armazenamento

Na hora de comprar um azeite, vale prestar atenção à embalagem do produto, que deve ser escura e de vidro, segundo a azeitóloga Ana Beloto. "As latas poderiam ser uma opção interessante pela proteção da luz, porém, após abertas, não oferecem a mesma vedação", observa a especialista, também em entrevista à Agência Minas.

O local onde o produto fica disponível no comércio, também é importante para a garantia da qualidade. De acordo com Luiz Fernando de Oliveira, os azeites devem ficar armazenados em locais frescos e protegidos da luz.

Preço

Ana Beloto alerta que é bom desconfiar de azeites de oliva baratos, pois a azeitona é um produto relativamente caro e, para produzir um litro de azeite são necessários cinco quilos do fruto da oliveira.
E essa proporção é ainda maior quando o azeite é fabricado no Brasil. "Na região da Serra da Mantiqueira, são necessários, em média, 10 kg de azeitona para cada litro de azeite produzido", lembra a azeitóloga.

O engenheiro agrônomo Pedro Moura também destaca o preço mais elevado como um dos fatores que apontam para azeites de qualidade. "Os azeites importados, que atendem quase a totalidade do mercado consumidor brasileiro, têm um custo menor de produção, mas existem as despesas com transporte e impostos, além de outros fatores que interferem no valor final do produto", esclarece.

Acidez

Luiz Fernando de Oliveira explica que a acidez é um dos parâmetros que podem indicar a qualidade de um azeite, mas não deve ser levada em consideração isoladamente. "Nem sempre um azeite com acidez baixa vai agradar o consumidor, pois ele pode não gostar do aroma, do amargor ou da picância do produto", analisa. "Nesse caso, a pessoa deve fazer sua avaliação e optar por aquele azeite que mais lhe agrada", completa o especialista.

Em casa...

Depois de seguir as dicas e levar para casa um azeite de qualidade, são necessários alguns cuidados para manter as boas características do produto. Deste modo, até chegar o momento de abrir o azeite, é importante guardar a embalagem num local protegido da luz e do calor. Após a abertura, a geladeira é o melhor local para mantê-lo. "Assim, o azeite conservará suas características de sabor e aroma. Antes de consumir novamente, basta deixá-lo na temperatura ambiente por alguns minutos, para que ele volte a consistência habitual", recomenda Ana Beloto à Agência Minas.
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