Revista Encontro

Religião

Circuncisão caseira leva à morte de bebê na Itália

Criança acabou tendo uma parada cardíaca

João Paulo Martins
- Foto: Pexels

Na última sexta, dia 22 de março, um bebê de apenas 5 meses morreu na cidade de Scandiano, no norte da Itália, vítima de uma circuncisão irregular realizada dentro de casa. As autoridades italianas ainda estão investigando o que levou a criança a sofrer uma parada cardíacaapós a intervenção. A informação foi divuldada pelo jornal britânico The Telegraph.

Conforme o periódico, a circuncisão foi realizada por uma família originária de Gana, na África. Após sofrer a parada cardíaca, o bebê foi levado para um hospital de Bolonha, onde não resistiu e acabou morrendo. Para a polícial, os pais são os principais suspeitos da morte da criança.

Esta não é a primeira vez que um caso desse tipo ocorre na Itália. Em dezembro de 2018, um bebê de dois anos também acabou falecendo em decorrência de uma circuncisão feita de forma caseira, sem apoio médico. Eram dois gêmeos, filhos de um casal nigeriano. Um dos irmãos ficou hospitalizado em estado grave depois do procedimento.
O responsável pela internvenção, um americano de origem líbia, de 66 anos, foi preso pelas autoridades italianas, acusado de realizar a circuncisão ilegal.

Como mostra o The Telegraph, na Itália, todos os anos, de quatro a cinco mil crianças são submetidas ao procedimento de remoção do prepúcio, seja por motivos médicos ou religiosos (prática comum entre judeus, muçulmanos, cristãos coptas e etíopes ortodoxos). O mais grave é que 35% desses procedimentos são feitos de forma clandestina, de acordo com a Associação de Médicos Estrangeiros da Itália.

Para quem não sabe, o processo de circuncisão, que remove a pele da glande, deve ser realizada quando o médico identifica a fimose (prepúcio 'prende' a glande), que pode causar problemas na hora de urinar ou durante as relações sexuais. Ainda assim, existem tratamentos menos invesivos que permitem a exposição da glande, sem remoção do prepúcio, como o uso de pomada corticoide.

Segundo a matéria do The Telegraph, aos 6 meses somente 20% dos meninos conseguem expor totalmente a glande, mas quase 90% já o conseguem aos 3 anos. Menos de 1% dos homens são vítimas da fimose a partir dos 17 anos.
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