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Pesquisadores registram tremores noturnos na Antártica

As vibrações seriam causadas pelo gelo derretido

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- Foto: Pixabay

Cientistas descobriram que no interior da plataforma de gelo McMurdo, na Antártica, ocorrem tremores de terra apenas na parte da nite. A informação foi diulgada pelo portal científico Science Alert.

As estranhas vibrações ocorrem após o pôr do Sol, em períodos de escuridão que duram de seis a 12 horas. Os tremores foram detectados por dois sismógrafos instalados a cerca de 20 km de distância um do outro.

"Nessas áreas, registramos dezenas, centenas e até milhares por noite", comenta o glaciologista Douglas MacAyeal, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, em entrevista para o portal.

Os pontos, onde os sismógrafos foram instalados, se chamam "estação úmida" e "estação seca", respectivamente, e tinham como meta analisar a intensidade do degelo em cada um desses locais da Antártica.

No primeiro ponto de medição, os cientistas observaram pequenas lagoas ou poças de água que surgiam durante o dia por causa da radiação solar. No segundo, por outro lado, havia menos água em estado líquido.

De acordo com o Live Science, na primeira estação sismológica, a atividade sísmica – que durou menos de um segundo cada – teve origem natural, enquanto as vibrações na estação seca tiveram uma origem humana e, provavelmente, foram causadas pelos veículos dos próprios pesquisadores.

Os glaciologistas atribuem essa diferença a fatores hidrológicos de superfície, ou seja, os ciclos diários sísmicos são o produto do derretimento do gelo.

"Nessas lagoas, frequentemente há uma camada de gelo sobre a água derretida, semelhante a um lago congelado na superfície. À medida que a temperatura cai à noite, o gelo na superfície se contrai, enquanto a água debaixo está se expandindo à medida que congela. Deste modo, o processo deforma a camada superior até que esta se rompe abruptamente", esclarece MacAyeal ao portal científico.

Os pesquisadores esperam que, no futuro, essa hipótese sobre "tremores obscuros" da Antártica possa ajudar a monitorar remotamente o derretimento das geleiras.

(com Agência Sputnik)
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