Revista Encontro

Curiosidade

Bebê nasce na Grécia com três DNAs

A criança é fruto de uma técnica inovadora de fertilização in vitro

Encontro Digital
- Foto: iStock

Pela segunda vez na história, uma criança nasceu carregando nada menos que três DNAs em seu organismo. A novidade, registrada na Grécia, foi anunciada por médicos gregos e espanhóis na última quinta, dia 11 de abril, e divulgada pela emissora estatal alemã Deutsche Welle.

Para chegar à concepção do bebê "diferenciado", os cientistas usaram o óvulo da mãe, que é infértil, o esperma do pai e o óvulo de uma doadora. O material genético contendo o código genético da mãe foi transferido para o óvulo da segunda mulher. De acordo com a emissora, esse processo foi classificado como revolucionário por seus criadores.

A técnica envolve a remoção do núcleo do DNA do óvulo da futura mãe, inserindo-o num óvulo doador, do qual o núcleo de DNA foi removido. Como resultado, o embrião tem o núcleo de DNA de seus pais biológicos, mas o DNA mitocondrial do doador feminino. Cientistas afirmam que o DNA do óvulo doador representa menos de 1% dos genes da criança a ser gerada.

O método já havia sido utilizado em 2016 no México. Naquela ocasião, no entanto, o objetivo do tratamento era evitar a transmissão de uma doença genética rara da mãe para o bebê. No caso da Grécia, porém, a técnica de fertilização in vitro usando três DNAs foi aplicada pela primeira vez para permitir que uma mãe que não conseguia engravidar gerasse o filho.

Como mostra a Deutsche Welle, a grega de 32 anos já havia passado por várias tentativas fracassadas de fertilização in vitro e, por isso, resolveu tentar o método experimental.
Ela deu à luz um bebê do sexo masculino, que nasceu com 2,9 kg, conforme comunicado enviado à imprensa pelo Instituto da Vida, na Grécia.

"Pela primeira vez no mundo, o direito inalienável de uma mulher ser mãe com seu próprio material genético se tornou uma realidade', comenta Panagiotis Psathas, presidente do instituto, citado pela emissora alemã. "Como cientistas gregos, temos muito orgulho de anunciar uma inovação internacional na reprodução assistida", acrescenta.

Ainda segundo Psathas, agora, a técnica pode ser aplicada a mulheres que tiveram várias tentativas fracassadas de fertilização in vitro ou que sofrem de doenças genéticas mitocondriais raras.

O primeiro bebê concebido através dessa técnica, nascido no início de 2016 numa clínica do México, foi resultado do trabalho de médicos americanos, que aplicaram o tratamento a um casal jordaniano.

(com Deutsche Welle)
.