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ESPECIAL NOVO CORONAVÍRUS

Cães e gatos podem ficar estressados por causa da quarentena. Saiba o que fazer

Especialistas orientam que é importante que os tutores identifiquem possíveis alterações de comportamento nos pets durante o período de isolamento social causado pelo novo coronavírus

Marcelo Fraga
Tutores devem ficar atentos ao sinais de stress nos animais e dar mais atenção aos bichinhos, fazendo brincadeiras, para que eles melhorem o humor - Foto: Pixabay
É sabido que a pandemia do novo coronavírus tem trazido diversos transtornos para toda a população. Em meio ao caos social, pode passar despercebido que os animais de estimação também podem ser afetados, não pela covid-19, mas pelo regime de quarentena. Para saber se um bichinho está sofrendo com as situações decorrentes do isolamento social especialistas recomendam atenção dos tutores ao comportamento do animal. 

O zootecnista Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal, explica que animais estressados podem, por exemplo, passar mais tempo reclusos ou dormindo. "Isso costuma acontecer bastante com cães medrosos e gatos, principalmente quando há outros animais ou pessoas na casa. Conhecer o comportamento normal da espécie e do indivíduo ajuda muito", comenta o especialista.

Roberto Lange, da Comissão de Estabelecimentos Veterinários do Conselho Federal de Medicina Veterinária, lista outras possíveis alteraçoes: "Cães estressados exacerbam o hábito de lambedura nas patas e o ato de dar voltinhas ao seu redor, como se estivessem pedindo para passear. Alguns vocalizam, rosnam e choramingam, como num pedido de socorro, outros se isolam por baixo dos móveis, ficam mais arredios, tornam-se hiperativos ou até mordem", diz o veterinário.

Tanto Alexandre Rossi como Roberto Lange concordam que se o animal apresentar qualquer um desses comportamentos, a melhor coisa a se fazer é dar mais atenção ao bichinho, fazendo brincadeiras como arremessar bolinhas, ou dar um banho e buscar outras formas de interagir com o pet. Ou, no caso de o cão ou gato estar dentro de sua casinha ou embaixo da cama, deixá-lo quieto lá, pois isso deixa o animal seguro. Existem ainda medicamentos que controlam a ansiedade dos pets, mas os dois especialistas alertam que isso deve ser um último recurso e somente com receita prescrita por um veterinário.

Para cães que já estão acostumados a fazer cocô e xixi na rua, a recomendação é que o passeio seja mantido, entretanto, levando em consideração as recomendações das autoridades de saúde com relação à pandemia do novo coronavírus.
Ou seja, evitar as aglomerações.

Recomendações para evitar que animais de estimação fiquem estressados por causa da quarentena:

  • Os passeios ao ar livre devem ser curtos e focados, só para atender às necessidades fisiológicas

  • Apenas uma pessoa deve passear com o cão, a cada saída

  • Procure lugares menos movimentados e prefira os horários mais tranquilos

  • Evite contato com outros animais e pessoas

  • Na volta para casa, higienize as patas e pelos do pet com água e sabão neutro, de preferência os que sejam adequados a uso veterinário, ou álcool gel

  • No banho em casa, observar odores na pele, ouvido e boca. Unha grandes demais também podem causar problemas articulares e posturais

  • Para reforçar a imunidade, exercícios diários, alimentação balanceada, suplementação e uso de probióticos. Essas medidas também evitam alteração de peso, gordura corporal e outros impactos na saúde dos pets

Fonte: Veterinários Roberto Lange, Ronald Glanzmann e zootecnista Alexandre Rossi

(Com informações da assessoria de comunicação do Conselho Federal de Medicina Veterinária)
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