Revista Encontro

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Guia para bicicleteiro

Marcelo Fiuza
None - Foto: Eugênio Gurgel e Leo araújo

Belo Horizonte ainda tem muitas ruas arborizadas, praças e áreas verdes. Mas a capital vive um paradoxo quando o assunto é bicicleta, uma vez que seu uso é proibido na maioria dos 69 parques e jardins municipais. Em nenhum deles há ciclovias e apenas naqueles “abertos” (sem cercas, como a barragem Santa Lúcia) é tolerada a frequência de bicicletas para adultos. Nos demais, são permitidas somente as de pequeno porte, com rodinhas. A iniciativa é para evitar acidentes e atropelamentos, segundo a Fundação de Parques Municipais.

Se a situação é ruim no ciclismo pensado como lazer ou esporte urbano, é ainda pior se o objetivo for apenas locomoção. O trânsito cada vez mais caótico e a falta de sintonia entre motoristas e bicicleteiros desanima até o mais disposto dos pedaleiros. Dos 22 quilômetros de ciclovias demarcadas e existentes, 11 ficam na orla da Lagoa da Pampulha. E nenhuma delas é interligada, ou seja, não levam ninguém a lugar nenhum – apesar do anúncio de uma ambiciosa política de expansão das vias dedicadas aos ciclistas e de estímulo ao uso da bicicleta como meio de transporte.

Foi nesse cenário que a Encontro saiu às ruas da cidade – pedalando, claro –, e encontrou oito lugares onde é possível andar de bicicleta, ensinar o esporte aos jovens, fazer passeios com a família ou, para os iniciados, treinar com velocidade e segurança.

A tarefa não foi fácil. Em algumas áreas, por conta do trânsito intenso, essa prática só é recomendada fora da hora do rush.

 






 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Avenida dos Andradas

No bairro Santa Efigênia, entre as avenidas do Contorno e Silviano Brandão. Possui uma curta ciclovia, de aproximadamente 2,5 quilômetros, mas que é bem sinalizada, asfaltada e completamente isolada da área de trânsito de automóveis. Ideal para quem está começando no pedal, bem como para crianças e idosos. Não possui, entretanto, iluminação adequada e, portanto, há riscos de assaltos durante a noite.





 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Avenida Tereza Cristina

No bairro Calafate, entre a Via Expressa Leste-Oeste e o Anel Rodoviário. Com seus 8 quilômetros de extensão asfaltados, grandes retas e poucos semáforos e cruzamentos, a via é muito procurada por ciclistas em treinamento, principalmente no início da manhã. A região tampouco possui infraestrutura de apoio, como pontos de venda de água. Por ser uma região erma, recomenda-se a formação de grupos ou pelotões.

 

 

 

 

 

 

 




 

 

 

 

 

 


Parque Ecológico da Pampulha

Localizado sobre um aterro lagoa adentro, o parque Promotor Francisco Lins do Rego conta com o Projeto Bicicletas para Todos, que oferece, gratuitamente, os veículos à população, que pode circular por trilhas e áreas pré-determinadas. Para emprestar a bicicleta, basta apresentar um documento de identidade e ter mais de 1,50 m de altura. Importante: apenas as bicicletas emprestadas pela instituição podem circular no parque, que está ligado à Fundação Zoobotânica e possui bebedouros, bancos, caramanchões, trilhas para caminhada, aparelhos de ginástica, playground e portaria. Funciona às sextas, sábados, domingos e feriados, das 8h30 às 17h, na avenida Otacílio Negrão de Lima, 6.061. De terça a quinta, recebe grupos agendados pelo telefone (31) 3277-7439. A entrada é franca.




 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Barragem Santa Lúcia

Oficialmente conhecido como Parque Jornalista Eduardo Couri, foi implantado em 1996 e possui uma área aproximada de 86 mil metros quadrados, com acessos pela avenida Arthur Bernardes, no bairro São Bento.

A área é aberta à população e a lagoa central possui uma agradável pista em seu entorno, onde ciclistas de todas as idades podem praticar o esporte. Apesar de haver um batalhão de polícia instalado no local, a vastidão da área e a iluminação precária pedem que a frequência à noite seja evitada ou limitada a grandes grupos.



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Lagoa Seca

Represa das águas das chuvas do bairro Belvedere, a área possui dois circuitos, mais usados por corredores do que por ciclistas, por serem asfaltados e sem trânsito de automóveis. Ainda assim, é uma região bastante segura para a prática de esportes. A localização privilegiada, na parte alta da cidade, é um convite irresistível para ali deixar o automóvel e partir para passeios maiores pelos arredores, como alguns dos picos da serra do Curral e as estradas de Nova Lima. Possui ótima infraestrutura de lazer e serviços.



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Praça JK

Localizada no bairro Mangabeiras, é um dos poucos parques municipais em que é permitido o trânsito de bicicletas de qualquer tamanho. Possui uma pista em seu entorno ideal para a prática do esporte por crianças. Com iluminação e policiamento adequados, o local oferece boa segurança para o lazer a qualquer hora do dia ou da noite. Para quem gosta de um pouco de aventura, é também um bom ponto de partida para passeios pelas redondezas, como os mirantes do alto da avenida Afonso Pena.



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Orla da Lagoa da Pampulha

Com seus 18 quilômetros de extensão calçados, subidas imperceptíveis e visual privilegiado, a avenida Otacílio Negrão de Lima é considerada o melhor lugar para a prática do ciclismo na cidade, a qualquer hora do dia ou da noite. Diariamente há centenas de bicicletas, em pelotões ou sozinhas, girando pelo local. Para quem não quer pedalar no asfalto, entre os automóveis, a região possui também a maior ciclovia da cidade, com 11 quilômetros de extensão e delimitada em duas faixas sobre a calçada da orla, entre a igreja de São Francisco e o Museu de Artes da Pampulha.

Ao longo de todo o percurso é possível encontrar pontos de venda de água e lanche e o visual é um atrativo à parte.

 


Dicas de segurança para pedaleiro urbano


– Obedeça as regras de circulação do Código de Trânsito Brasileiro. A bicicleta é um veículo de transporte e deve ser tratada como tal.

– Pedale sempre em ciclovias ou pela faixa de rolamento. Calçada é para pedestres.

– Dê preferência para o pedestre.

– Circule sempre pela faixa da direita, na mão de direção, e próximo ao acostamento. Jamais ande na contramão da via.

– Sinalize claramente suas intenções

e conversões para os motoristas.

– Use sempre capacete, luvas e tênis.

– Mantenha o equipamento revisado, sobretudo freios e pneus.

– Ao pedalar à noite, use faixas refletoras nas roupas, faróis e, principalmente, luzes de alerta na traseira.

– Lembre-se: acidentes e assaltos acontecem. Por isso, sempre que possível, prefira pedalar em grupo.


 

Pedala BH

A BH Trans começou em abril a implantação de um ambicioso projeto de estímulo ao uso da bicicleta em Belo Horizonte. O Programa Pedala BH prevê a implantação de nada menos que 365 quilômetros de ciclovias pela cidade – muito, se considerarmos que hoje há apenas 22 quilômetros à disposição dos ciclistas. As pistas terão duas faixas para circulação em sentido duplo, sinalização e isolamento em relação à área ocupada pelo automóveis.

O órgão de trânsito de Belo Horizonte afirma que está prevista para 2011 a construção de 18 quilômetros de vias para bicicletas, em seis pontos da cidade. A primeira fase do projeto teve início em abril, com o começo das obras da ciclovia da Savassi, que vai da rua Professor Morais à rua Piauí, passando pela avenida Bernardo Monteiro. De acordo com o coordenador do Pedala BH, Ricardo Lott, a pista da Savassi tem prazo de 90 dias para ser concluída. “O Programa Pedala BH tem como objetivo promover e incentivar o uso da bicicleta como veítulo de transporte”, completa Lott.

Essa primeira fase está orçada em R$ 1,16 milhão. Outros 141 quilômetros de ciclovias estão em fase de elaboração de projetos ou na etapa de seleção das empresas para a elaboração dos mesmos, em diversas regiões da cidade, e deverão custar cerca de R$ 2 milhões. Segundo o coordenador, quando a rede estiver totalmente implementada, as diversas ciclovias serão interligadas entre si, permitindo o efetivo tráfego de ciclistas de um ponto a outro da cidade.

CONFIRA
As seis ciclovias que deverão instaladas ou revitalizadas em 2011

– Risoleta Neves, na avenida de mesmo nome, na região norte
– Venda Nova, na avenida Dr. Álvaro Camargos
– Barreiro, nas avenidas do Canal e Afonso Vaz de Melo
– Américo Vespúcio, na avenida de mesmo nome
– Savassi, na rua Professor Morais, avenida Bernardo Monteiro e rua Piauí
– Andradas, na avenida dos Andradas, rua Itaituba e avenida Elísio de Brito.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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