Revista Encontro

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De Minas Gerais para o mundo

None - Foto: EugĂȘnio Gurgel

A própolis é uma resina retirada da colmeia e há muito tempo é utilizada no combate de inflamações na garganta. Até aí nada de novo, certo? A novidade é que a substância vem, nos últimos meses, ganhando status importante na economia e nos laboratórios de pesquisa do estado, mas especificamente na Fundação Ezequiel Dias (Funed). Nos laboratórios da entidade, a substância foi destrinchada, descobriu-se que em Minas Gerais pelo menos 102 municípios estão aptos a produzir própolis verde, fato ratificado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e Ministério da Agricultura. Portanto, a própolis verde é produto exclusivo de Minas Gerais e a briga agora é pela patente.

 

Mas, passo importante, a conquista da denominação de origem para a própolis verde, a primeira do país, potencia pesquisas sobre o assunto e transforma o estado em alvo de países como a China, Estados Unidos, Canadá e Japão que já demonstraram grande interesse pela resina. Para a primeira nação, por exemplo, cerca de 300 quilos da própolis verde in natura foram exportados em junho deste ano. Segundo estimativas da Cooperativa Nacional de Apicultura (Conap), a extração de própolis alcança 29 toneladas por ano nas cidades mineiras que abrangem a região central e sul do estado. 

 

Esther Margarida Bastos, bióloga: “A patente mineira dá credibilidade à própolis verde no mercado internacional”   

 

 

Essa pujança não foi conquistada da noite para o dia. A própolis verde é pesquisada no estado há mais de 20 anos, período suficiente para avançar nos estudos e descobrir mais benefícios à saúde. Esther Margarida Bastos, diretora de pesquisa e desenvolvimento da Funed, foi a autora do estudo que reuniu dados importantes que conferiram à substância sua origem mineira.

“Esta classificação, além de agregar valor, ajudou a dar credibilidade à própolis verde no mercado internacional, protegendo produtores e consumidores”, afirma a bióloga. 

 

A especialista explica que a substância encontrada no estado ganhou a denominação 'verde' durante a pesquisa. Foram encontrados na resina pedaços de folhas de alecrim-do-campo (ou vassourinha), planta cientificamente conhecida como Baccharia dracunculifolia, responsável pela produção da substância. Foi a partir daí que a pesquisadora passou a entender a cadeia de produção da própolis. “Descobrimos que quando determinado inseto colocava o ovo na planta, ele a induzia a produzir uma resina com cheiro muito forte para afugentar outros insetos que poderiam parasitá-la”. A abelha, atraída pelo cheiro, coletava na planta a resina e a levava para a colmeia. 

 

Além de poderoso antibiótico natural, a própolis verde está sendo estudada em nível celular para combater o câncer. A Funed já desenvolveu um gel à base de própolis verde para combater a cândida em várias partes do corpo. Atualmente, a entidade está produzindo um enxaguatório bucal que pode ser utilizado em dentes implantados, diferentes dos já existem no mercado e sem efeitos colaterais.  

 

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