Revista Encontro

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Coluna de Direção

Fábio Doyle
None - Foto: Divulgação

Cabelo em pé

 

O grupo SHC, que comanda as operações da chinesa JAC (Jianghuai Automobile Company) no Brasil, está deixando a concorrência de cabelo em pé. As vendas crescem de forma assustadora (para os concorrentes) e a fábrica, que há poucos meses era uma idéia “remota”, já é decisão tomada e tem data para iniciar produção no país: 2014. Sérgio Habib (foto), o elétrico comandante dessa nau, anuncia que inaugura três concessionárias JAC por mês. Quer chegar ao fim deste ano com vendas de 100 mil unidades.

 

Multada em BH

 

Para a JAC de Sérgio Habib não existe fim de semana. Onde é permitido, suas lojas permanecem abertas aos sábados e domingos. “É uma falta de respeito com o consumidor não permitir que comprem seus carros novos no domingo”, diz ele. Nos demais dias, o consumidor não tem tempo para escolher seu carro, pois está trabalhando. Em Belo Horizonte, onde o sindicato da categoria proíbe o comércio aos domingos, a SHC/JAC foi multada em R$ 12 mil, conta.

No Rio e São Paulo os revendedores de carros podem trabalhar todos os domingos.

 

Não entra no quintal da Fiat

 

Sérgio Habib, CEO do grupo SHC e da JAC no Brasil, em conversa com nossa reportagem, praticamente descartou Minas Gerais como possível local de instalação da fábrica da chinesa JAC no Brasil. Habib informou que Minas é área da Fiat, atual líder de mercado, e não arriscará dividir o quintal com a montadora italiana. E descarta Pernambuco pelo mesmo motivo. Ele diz que o local escolhido deverá ter boas vias de acesso, proximidade de porto, infraestrutura logística e fornecedores próximos. Para ele, São Paulo, Paraná, Porto Alegre e Bahia, nessa ordem, podem atender a essas exigências, e talvez Goiás. A distância que a JAC quer manter da Fiat deve-se à gestão mais ágil e flexível da montadora italiana em relação à rigidez que comanda as montadoras alemãs e norte-americanas. Nestas, o jurídico é que manda, diz Habib. O jogo de cintura e a agilidade da Fiat dificultariam a concorrência com os chineses, que são também como os italianos: rápidos na ação.

 

 

 

Burocracia zero

 

Um apaixonado por gráficos, números e estatística, Habib conta que o desenvolvimento de um carro na China custa duas a três vezes menos que na Europa. E não é só a mão de obra mais barata que entra nessa conta. O mais importante é o “zero de burocracia”. Ele acrescenta que a “falta de democracia” também ajuda na rapidez das decisões. E ressalta que não é contra a democracia, mas não pode ignorar que, sem ela, as coisas andam mais rápido. Outra curiosidade revelada por Habib na apresentação do JAC6 (foto) foi a afirmação de que o chinês faz cópias baratas para vender para estrangeiros.

Algumas marcas chinesas vendem carros no Brasil que já não são vendidos na China “por questões de qualidade”. “Chinês não compra cópia, quem compra cópia somos nós, turistas ocidentais”, contou a Habib o BBC (Brazilian Born Chinese) que o acompanha e assessora em suas visitas mensais à China.

 

México entra na jogada

 

Enquanto isso, outra notícia divulgada pela imprensa internacional chega para confundir. A JAC está interessada em construir uma fábrica em Yucatã, no México. De acordo com informações da agência de notícias Flash de Motor, representantes da empresa reuniram-se com autoridades do governo local para apresentar o projeto e esperam fechar um acordo em breve. Segundo fontes ligadas ao governo mexicano, para a JAC, a região de Yucatã é geograficamente estratégica, pois facilitaria a exportação dos veículos para os Estados Unidos ou mesmo para a América do Sul e Europa, por meio do porto de Progresso. E a unidade da JAC Brasil, como fica nesse contexto?

 

Maserati: receita Porsche
 

A Maserati, tradicional fabricante italiana de carros esportivos, que como a Ferrari faz parte do grupo Fiat, segue os passos da alemã Porsche e se prepara para produzir seu primeiro SUV em uma fábrica da Chrysler, agora também sob o controle do grupo italiano. A versão conceito do projeto, derivada do Jeep Grand Cherokee, será apresentada no Salão do Automóvel de Frankfurt, que acontece neste setembro. Com essa estratégia, o fabricante italiano quer repetir o sucesso do Porsche Cayenne. A marca alemã tem hoje metade de suas vendas no mundo amparada no SUV, que divide suas plataformas e várias outras partes com o VW Touareg. Um novo Porsche SUV menor que o Cayenne está em desenvolvimento para lançamento em 2013.

 

 

 

Picanto picante

 

Depois de revelar detalhes sobre a chegada do novo Picanto, que começou a ser vendido no Brasil em 22 de agosto, a Kia anunciou a oferta de duas novas configurações topo de linha do modelo.

A versão 320 traz teto solar, airbag lateral e de cortina e lâmpadas LED nos faróis. A 370 tem ainda transmissão automática e freios ABS. Os modelos chegarão por R$ 39,9 mil e R$ 44,9 mil, respectivamente. Os preços não extrapolam os valores já divulgados pela marca para a nova geração do compacto, de R$ 34,9 mil a R$ 44,9 mil. Desde a configuração de entrada, o hatchback já conta com airbag, freios a disco ventilados nas rodas dianteiras e tambor nas traseiras, direção elétrica, ar-condicionado e rádio com controle no volante.

 

De olho no estepe

 

Cresce muito nas concessionárias a entrada de carros com a fechadura da porta arrombada. A falta de segurança pública em Belo Horizonte deu livre trânsito aos gatunos, que agora têm na venda de pneus sobressalentes roubados sua principal fonte de renda. Eles quebram a fechadura, entram no carro, abrem o porta-malas e levam o estepe. E isso não se limita a uma determinada marca. Para reduzir as possibilidades de se tornar vítima, o conselho é equipar o carro com alarme sonoro e evitar deixar o carro em locais públicos ermos, até que a segurança pública municipal se torne mais eficiente.

 

Nos EUA em 2012

 

A Flash de Motor informa que Sergio Marchionne, presidente do Grupo Fiat-Chrysler, confirmou que os modelos da Alfa Romeo retornarão aos Estados Unidos no fim de 2012. O regresso será marcado provavelmente com o início das vendas do 4C. A primeira etapa das exportações do modelo para o mercado norte-americano será marcada por baixos volumes, de acordo com o executivo. Em 2013, no entanto, a fabricante passará a oferecer a gama completa de modelos, incluindo uma opção crossover do 4C, versão mais larga da plataforma global utilizada pela Fiat e pela Chrysler, fabricado em Turim, na Itália. Especula-se que a linha da Alfa Romeo a ser vendida nos Estados Unidos contemple também oferta no segmento de médios, com o Giulia. De acordo com o presidente da aliança, serão vendidos 500 mil veículos Alfa Romeo em 2014, dos quais 85 mil unidades apenas nos EUA. Atualmente, apenas o modelo 8C é oferecido no país por meio das concessionárias Maserati. O 4C é uma versão menor do 8C, feita de fibra de carbono e equipada com motor 1.8 a gasolina.
 

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